Últimas de maio 13, 2025 no Mato Grosso

Noticia
Venezuela falsifica origem de petróleo e usa Brasil em esquema bilionário, diz Veja

Segundo a Veja, em uma manobra internacional para driblar sanções impostas pelos Estados Unidos, a Venezuela está usando o Brasil como fachada para disfarçar exportações de petróleo rumo à China, apontada por investigação da agência Reuters. O esquema envolve a falsificação de sinais de localização de navios e a adulteração de documentos de origem, em uma prática conhecida como “spoofing”, permitindo que navios-tanque venezuelanos finjam partir de portos brasileiros sem nunca sequer navegarem próximo à costa do país. De acordo com empresas de rastreamento marítimo e fontes do setor petrolífero, mais de US$ 1 bilhão em petróleo venezuelano foi rotulado como se fosse “mistura de betume” brasileira — um tipo de resíduo usado para produzir asfalto, mas que o Brasil praticamente não exporta, segundo a Petrobras. A Petrobras desmentiu a procedência dos carregamentos, afirmando que o que o Brasil vende à China é, predominantemente, petróleo leve do pré-sal, e não betume. Mesmo assim, dados da alfândega chinesa registram 2,7 milhões de toneladas (cerca de 67 mil barris por dia) de suposta “mistura de betume brasileira” entre julho de 2024 e março de 2025 — um comércio inexistente nos registros alfandegários brasileiros. Como o esquema funciona: O esquema não tem resposta pública do governo brasileiro, da Receita Federal ou do Itamaraty. Apesar de o nome do Brasil estar sendo usado para mascarar exportações ilegais de um país sancionado, nenhuma investigação oficial foi anunciada até o momento. Já na Venezuela, as remessas são coordenadas por intermediários como a empresa Hangzhou Energy, que atua desde 2021 no embarque de petróleo da estatal PDVSA. A empresa aparece em documentos internos da PDVSA como responsável por diversas cargas que usaram o nome do Brasil para chegar à China. Desde 2019, os EUA mantêm sanções severas sobre a exportação de petróleo venezuelano, como forma de pressionar o regime de Nicolás Maduro, acusado de violações sistemáticas de direitos humanos e de eleições fraudulentas. A China, maior importadora mundial de petróleo, é o principal destino do óleo venezuelano. Em 2024, o volume médio enviado foi de 351 mil barris por dia, e já chegou a 463 mil bpd nos primeiros meses de 2025. No entanto, mais de 90% dessas remessas entram no país sob a bandeira de outros países, como Malásia ou agora o Brasil. A investigação levanta sérias implicações diplomáticas e comerciais, com risco de constrangimento internacional para o Brasil, caso autoridades não tomem medidas para esclarecer ou conter o uso indevido de sua identidade comercial.

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Economia
INSS estuda uso de dinheiro público para antecipar ressarcimento a vítimas de fraudes

O presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, afirmou nesta terça-feira (12), em entrevista à GloboNews, que o governo estuda a possibilidade de usar recursos públicos — dinheiro do contribuinte — para adiantar o ressarcimento de vítimas das fraudes bilionárias nos descontos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas. Em vez de responsabilizar imediatamente os autores do esquema, a proposta colocaria o Tesouro Nacional para arcar, ainda que de forma provisória, com os prejuízos causados por entidades privadas que invadiram ilegalmente a folha de pagamento do INSS. A justificativa: dar celeridade à devolução dos valores a milhões de beneficiários lesados. Segundo Waller, R$ 1 bilhão já foi bloqueado das associações suspeitas e poderá ser usado no ressarcimento. No entanto, o governo ainda não sabe o tamanho total do rombo, o que levanta dúvidas sobre se o valor congelado será suficiente — abrindo espaço para o uso complementar de verbas públicas. “O governo pode antecipar com recurso público”, admitiu o presidente do INSS. O presidente também disse que não há prazo para concluir os pagamentos e que o dinheiro será devolvido diretamente na conta do benefício — sem contato com as associações. A promessa visa evitar novas fraudes, mas a contradição permanece: quem paga primeiro é o Estado, não os fraudadores. Enquanto a polícia e a Justiça investigam os responsáveis, aposentados lesados dependem de um eventual adiantamento estatal, reforçando o retrato de uma máquina pública que falhou na proteção e agora cogita socializar o prejuízo

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