“Não poupamos esforço”, diz Mendes ao anunciar campanha nas escolas para combater feminicídios

Foto: SBT Cuiabá/Reprodução

Mato Grosso voltou a liderar, pelo segundo ano consecutivo, o ranking nacional de feminicídios no Brasil — e a situação levou o governador Mauro Mendes (União Brasil) a manifestar preocupação pública nesta sexta-feira (25). Em entrevista, ele classificou o cenário como alarmante e disse sentir vergonha ao ver o Estado ocupar essa posição. Mendes também anunciou que o governo vai lançar uma nova campanha educativa nas escolas como parte de uma série de ações voltadas à prevenção da violência contra a mulher.

De acordo com o governador, cerca de 78% dos feminicídios registrados no estado ocorreram em residências onde não havia nenhum registro prévio de agressão ou denúncia feita à polícia. Para ele, esse dado dificulta a atuação preventiva do poder público.

“É algo que me deixa extremamente preocupado. Fico consternado ao ver mães de família sendo assassinadas brutalmente por homens covardes”, disse, pontuando que, sem a formalização de ocorrências, os mecanismos de proteção disponíveis não conseguem ser acionados a tempo.

Mendes ressaltou que Mato Grosso já implantou medidas para proteção de mulheres vítimas de violência, como o botão do pânico e auxílio financeiro emergencial, além de campanhas de conscientização. Ainda assim, segundo o governador, o sentimento de impunidade tem enfraquecido o efeito dessas ações.

“As pessoas não estão com medo da justiça, não têm medo das penas nem da polícia. Isso é lamentável”, afirmou. Mendes disse, ainda, que além da campanha nas escolas, novas ações devem ser veiculadas na mídia e reforçadas por meio da capacitação de profissionais da segurança pública.

O governador convidou a sociedade a sugerir medidas eficazes, mas frisou que há limites para a atuação do Estado. “Não dá para colocar um policial dentro da casa de cada casal”, declarou.

Divulgação das novas penas aplicadas

Apesar das dificuldades, Mendes afirmou que todos os autores de feminicídios registrados no estado foram identificados, presos e colocados à disposição da Justiça. Ele reiterou que o governo não está poupando esforços e pretende reforçar a divulgação das penas aplicadas nesses crimes — que podem chegar a até 40 anos de prisão — com o objetivo de inibir novos casos.

“Não estamos poupando esforços. Nós temos que agir mais fortemente, em prevenção, em educação, esclarecimento. Nós vamos esclarecer as novas penalidades que existem para ver se eles colocam um pouco de medo nas pessoas, porque hoje no feminicídio pode chegar a 40 anos de prisão e muita gente ainda não sabe disso”, concluiu Mendes.

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