O governo federal deixou de incluir duas entidades ligadas à esquerda nas ações judiciais relacionadas à chamada “Farra do INSS”: a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), segundo revelou o Metrópoles.
A informação foi obtida por meio de um pedido de Lei de Acesso à Informação (LAI) feito pela Liderança da Minoria na Câmara, atualmente exercida pela deputada Caroline de Toni (PL-SC). O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) recusou-se a explicar por que as entidades não foram incluídas nas medidas, assim como negou acesso ao processo administrativo que embasou a decisão.
Além da Contag e do Sindnapi, outras duas organizações também ficaram de fora das ações: a Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais) e a ABCB (Associação Brasileira de Consumidores e Beneficiários). Todas são citadas em relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU) e em investigações da Polícia Federal no âmbito da Operação Sem Desconto, deflagrada em abril.
O Sindnapi tem como vice-presidente o sindicalista José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As ações judiciais foram apresentadas pela Advocacia-Geral da União (AGU), mas a decisão sobre quais entidades seriam processadas coube ao INSS. No mês passado, a Justiça bloqueou bens de investigados, totalizando R$ 2,8 bilhões.
Procurado, o INSS afirmou, em nota, que as investigações continuam e que “não há impedimento para que novos processos de responsabilização sejam instaurados para outras entidades”, desde que surjam elementos que justifiquem a apuração.