Vice-governador defende impeachment de Alexandre de Moraes e ressalta omissão dos senadores diante da instabilidade política no país
O vice-governador de Mato Grosso e pré-candidato ao governo do Estado, Otaviano Pivetta (Republicanos), contestou publicamente a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e cobrou uma postura mais firme do Senado Federal, especialmente diante das decisões do ministro Alexandre de Moraes.
Para Pivetta, o impeachment do magistrado ou a criação de uma CPI seriam caminhos para restabelecer o equilíbrio entre os Poderes.
“É preciso retomar a normalidade no Brasil. Alguém tem que ceder. Essa queda de braço está fazendo muito mal ao país, com prejuízos na economia, danos emocionais e criação de vítimas”, declarou.
Segundo ele, o Senado tem sido omisso em sua função constitucional de fiscalização do Judiciário.
“O Senado recebeu a incumbência de cuidar do STF. Existe abuso, o Brasil inteiro está vendo isso. Não é possível continuar assim. O Senado pode, sim, restabelecer a ordem no país”, afirmou.
Impeachment ou CPI
Diante da escalada de tensões institucionais, Pivetta defendeu que o Congresso atue de forma urgente. Caso o impeachment de Moraes não avance, ele propõe a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
“Existe esse dispositivo, por que não usá-lo? Os senadores precisam dar uma resposta à sociedade”, disse.
As declarações de Pivetta foram feitas um dia após os senadores de Mato Grosso, Margareth Buzetti (PSD), Jayme Campos (União Brasil) e Wellington Fagundes (PL), assinarem o pedido de impeachment de Moraes, após o ministro determinar prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. Eles acusam o magistrado de abuso de autoridade.
Apesar do apoio de 41 parlamentares, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), ainda não pautou o pedido, o que gerou mais cobranças da base conservadora.