Campo Novo do Parecis (MT) – O coração do agronegócio mato-grossense foi sacudido nesta terça-feira (19) com a deflagração da Operação Safra Oculta. A Polícia Civil descobriu um esquema ousado de roubo milionário de soja, envolvendo ex-funcionários de uma grande empresa do setor. O golpe: mais de 700 toneladas de grãos desviados, avaliados em R$ 1,1 milhão, desapareceram como se fossem pó.
A engrenagem do crime
O grupo criminoso agia com frieza e cálculo: adulterava placas de caminhões, forjava notas fiscais e usava documentos falsos para liberar cargas fantasmas. Foram ao menos 14 carretas de soja roubadas, sem que ninguém percebesse o sumiço imediato.
Os principais alvos são um classificador de grãos e um balanceiro da empresa, homens de confiança que conheciam de dentro todo o funcionamento da companhia. Eles usaram essa posição privilegiada para arquitetar o desvio, segundo apontam os investigadores.
Mandados e rastros da quadrilha
A Justiça já autorizou buscas e apreensões nas casas dos envolvidos, localizadas em Barra do Bugres e Guarantã do Norte. A lista de crimes é extensa: furto qualificado, associação criminosa, extorsão e falsidade ideológica. Um enredo que mais parece filme policial, mas que infelizmente é a realidade nua e crua do agronegócio em Mato Grosso.
O baque no agro mato-grossense
Se o agro é a locomotiva da economia do estado, este caso é um choque nos trilhos. Como confiar quando até funcionários internos, que deveriam zelar pelo patrimônio, usam o crachá como senha para o crime?
O escândalo joga uma sombra sobre um setor que sempre se orgulhou de eficiência e confiabilidade. Agora, a pergunta que ecoa entre empresários, trabalhadores e consumidores é só uma: quantos outros esquemas semelhantes podem estar escondidos no campo?
