O município de Brasnorte, a 580 km de Cuiabá, viveu momentos de terror em um dos assaltos mais ousados dos últimos anos. Uma quadrilha fortemente armada invadiu uma agência bancária, fez funcionários e clientes de reféns e saiu com cerca de R$ 400 mil em dinheiro vivo.
Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), dez integrantes do grupo criminoso serão processados por roubo majorado, associação criminosa e favorecimento pessoal.
Dois dias antes da ação, os criminosos já haviam roubado uma Toyota Hilux, usada como aríete para quebrar a entrada da agência. Encobertos por capuzes e portando armas de grosso calibre, renderam clientes e funcionários, exigiram o acesso ao cofre e, enquanto aguardavam a abertura do temporizador, saquearam caixas eletrônicos e desarmaram o vigilante.
Com o dinheiro em mãos, levaram dois funcionários como reféns na fuga, que só foram libertados mais tarde. A Hilux foi abandonada em área rural e parte da quadrilha teria recebido apoio logístico na cidade de Vilhena (RO).
A investigação apontou como chefe do grupo Valdemar do Nascimento Alves, conhecido como “Babá”, que comandava uma organização com funções bem definidas: uns financiavam, outros guardavam as armas e o restante fazia a divisão do dinheiro.
O inquérito ainda revelou a participação de dois policiais militares de Brasnorte, presos em flagrante sob suspeita de facilitar a fuga dos criminosos, detalhe que deixou a população ainda mais revoltada.
Justiça em ação
A denúncia do Ministério Público se apoia em confissões, imagens de câmeras de segurança, monitoramento eletrônico e apreensão de objetos ligados ao crime. Ao todo, 11 pessoas chegaram a ser indiciadas.
Agora, a expectativa é de que a Justiça puna com rigor os envolvidos em um crime que escancarou a ousadia do crime organizado e a vulnerabilidade da segurança pública em Mato Grosso.