Fávaro avalia recuo dos EUA em tarifas agrícolas como avanço, mas destaca que “ainda há muito a negociar”

Foto: Caroline De Vita

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, classificou como um avanço a decisão dos Estados Unidos de retirar as tarifas adicionais que atingiam produtos agrícolas brasileiros. Apesar da sinalização positiva, o ministro destacou que a agenda comercial entre os dois países permanece aberta e que “ainda há muito a negociar”.

Os EUA haviam imposto sobretaxas de até 40% sobre itens como carne bovina, café e frutas tropicais. A medida havia elevado custos e reduzido a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado norte-americano. O recuo anunciado pelo governo norte-americano reabre espaço para exportações mais competitivas e reduz incertezas enfrentadas pelo setor.

Segundo Fávaro, a decisão devolve previsibilidade ao comércio bilateral e restabelece um ambiente de diálogo técnico entre as duas nações.

Para Mato Grosso — maior produtor de carne bovina do país — a retirada das tarifas é vista como altamente estratégica. Exportadores do estado ganham fôlego para retomar contratos e ampliar participação nos Estados Unidos, um mercado considerado de alto valor agregado.

Especialistas afirmam que a mudança pode gerar:

  • aumento imediato da competitividade da carne mato-grossense;
  • maior estabilidade no ambiente de negócios;
  • perspectiva de novos acordos comerciais de médio e longo prazo.

Apesar do avanço diplomático, Fávaro alerta que a relação comercial ainda depende de novas definições. Entre os pontos pendentes estão:

  • ajustes em barreiras não tarifárias;
  • revisões de regras sanitárias e de rastreabilidade;
  • protocolos técnicos para ampliar acesso a mercados específicos.

O ministro reforçou que o governo brasileiro continuará dialogando com os EUA para garantir que o setor agropecuário nacional tenha condições mais equilibradas de competitividade.

O recuo norte-americano ocorre em um momento de reaproximação diplomática e revisão de políticas protecionistas. A decisão fortalece a imagem do Brasil como grande fornecedor global de alimentos e pode melhorar a confiança de investidores internacionais no país.

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