Incêndios caem 78% em Mato Grosso; tecnologia e brigadistas reforçam prevenção, dizem Bombeiros

Foto: Reprodução

Mato Grosso registrou em 2025 a maior queda percentual de incêndios da década, com redução de 78% nos focos de calor em comparação com 2024. O balanço foi apresentado pelo governador Mauro Mendes e pelo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT), que atribuem o resultado ao uso de novas tecnologias e à ampliação das ações preventivas.

Entre as inovações adotadas pelo Estado, duas ferramentas se destacam:

  • Vistoria remota: permite que técnicos realizem inspeções por vídeo em tempo real usando o celular do solicitante. A medida reduz deslocamentos e agiliza o diagnóstico inicial de risco, aumentando a capacidade de atendimento.
  • Sistema de alerta automático (FireLock): instalado em empresas e indústrias, ele aciona a central dos Bombeiros automaticamente ao detectar indícios de incêndio. Segundo o CBMMT, o dispositivo reduziu em até 40% o tempo de resposta nas ocorrências.

As tecnologias fazem parte de um pacote de modernização que vem sendo implementado desde 2023, fortalecendo a atuação preventiva.

O relatório aponta que 51% dos focos registrados em 2025 aconteceram em terras indígenas, áreas federais, parques e assentamentos sob responsabilidade da União. Apesar de representarem apenas 21% do território mato-grossense, essas áreas concentraram a maior parte dos incidentes.

Nas regiões produtivas — propriedades agrícolas e áreas rurais privadas — o índice foi significativamente inferior: 0,18 foco por quilômetro quadrado, reforçando a eficácia das ações preventivas realizadas pelo setor.

Outro fator determinante foi a mobilização de mais de 4 mil brigadistas privados, capacitados em parceria com produtores rurais, instituições e cooperativas ligadas ao agronegócio. Essas equipes oferecem a primeira resposta a incêndios em propriedades e ajudam a impedir que pequenos focos se tornem grandes queimadas.

A redução expressiva beneficia diretamente áreas sensíveis como o Pantanal, historicamente afetado por queimadas severas. Municípios da região centro-oeste e noroeste de Mato Grosso — incluindo locais como Tangará da Serra, Barra do Bugres e áreas de transição do Cerrado ao Pantanal — também tendem a sentir os efeitos positivos, com melhoria na qualidade do ar, menor risco de perda de biodiversidade e menos prejuízos às atividades agropecuárias.

A expectativa do governo é de que, com a manutenção das estratégias tecnológicas e o engajamento do setor privado, Mato Grosso registre índices ainda menores nos próximos anos.

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