O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) suspendeu a ação penal que acusa a fazendeira Julinere Goulart Bentos de ser a mandante do assassinato do advogado Renato Gomes Nery, morto em julho de 2024 em Cuiabá. A decisão também cancelou a audiência de instrução e julgamento que estava prevista para o dia 10 de dezembro.
A suspensão foi determinada após a defesa alegar que não teve acesso completo aos autos, incluindo documentos, diligências e informações provenientes de inquéritos paralelos. Segundo os advogados, a limitação comprometia o exercício pleno do contraditório e da ampla defesa.
Diante do pedido, o desembargador Gilberto Giraldelli concedeu Habeas Corpus determinando que:
- a defesa tenha acesso integral aos autos;
- o juiz da 14ª Vara Criminal de Cuiabá apresente, em até cinco dias, relatório detalhado sobre o andamento da ação;
- a Procuradoria-Geral de Justiça emita parecer após toda a documentação ser disponibilizada.
Até que essas exigências sejam cumpridas, a ação penal permanece paralisada.
Julinere Goulart Bentos é acusada de ser mandante do homicídio qualificado de Renato Nery, advogado que teria sido morto em meio a disputa fundiária no interior do estado. A denúncia aponta qualificadoras como motivo torpe, promessa de recompensa, perigo comum e recurso que dificultou a defesa da vítima.
A defesa nega participação da fazendeira e argumenta que a investigação possui lacunas que precisam ser esclarecidas antes da continuidade da instrução.
Com a suspensão, o processo está temporariamente parado e a audiência de dezembro não será realizada. A retomada depende da regularização do acesso aos documentos e de nova avaliação judicial.
O caso segue acompanhado de perto pelo meio jurídico e por entidades ligadas ao setor rural, dada sua repercussão e a gravidade das acusações.







