O coronel Fernando Tinoco, recém-empossado como comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso (PMMT), afirmou que o Estado precisa de ações estratégicas e incisivas para combater e erradicar as facções criminosas. Tinoco assumiu o comando na manhã desta sexta-feira (29), sucedendo o coronel Alexandre Mendes, que deixou o cargo no último dia 22.“A situação atual exige ações incisivas, cirúrgicas, com base em inteligência e planejamento para que possamos eliminar esses grupos do território de Mato Grosso”, declarou o novo comandante durante entrevista à imprensa.
Tinoco destacou o programa Tolerância Zero, lançado pelo Governo do Estado, como uma medida essencial para fortalecer o combate ao crime. Segundo ele, o pacote de ações reflete a seriedade do governo e o comprometimento de todas as instituições de segurança pública para alcançar os resultados desejados.
“Esse é um pacote extremamente sério e acredito que trará resultados positivos tanto para o sistema prisional quanto para a segurança pública em Mato Grosso”, afirmou.
Demonstrando liderança ativa, o coronel garantiu que continuará atuando diretamente nas operações, lado a lado com a tropa. “Estarei à frente. Essa é a minha maior característica. Trabalhei minha vida inteira nas ruas e gosto de estar presente nelas. Claro que realizaremos o planejamento junto ao meu staff, mas quero estar junto com a tropa, de farda operacional, liderando as ações”, pontuou.
Críticas à legislação penal e defesa de mudanças
O coronel Tinoco aproveitou a ocasião para criticar a legislação penal brasileira, destacando que o avanço das facções criminosas não é um problema exclusivo de Mato Grosso, mas sim uma realidade nacional. Ele defendeu a necessidade de leis mais rígidas para complementar a eficiência das forças de segurança.“Nossa tropa, a Polícia Civil e o sistema jurídico são extremamente eficientes. Quantas vezes um criminoso desse tipo já não passou pelo sistema de justiça? Muitas vezes prendemos faccionados que já foram presos mais de 10 vezes. Isso demonstra que fazemos nosso trabalho, mas precisamos de leis mais severas que punam de forma rápida e exemplar, desestimulando a reincidência no crime”, destacou, em uma crítica ao modelo atual de “prende e solta”.
Trajetória e qualificação
Antes de assumir o comando-geral da PM, Tinoco ocupava o cargo de secretário adjunto de Integração Operacional da Secretaria de Estado de Segurança Pública, onde foi responsável por operações integradas que, desde o ano passado, impediram mais de 40 tentativas de invasões de terras no Estado.O coronel é bacharel em Administração pela União de Ensino Superior de Nova Mutum e em Direito pela Universidade São Paulo – UNICID.
Também possui especialização em Gestão de Segurança Pública pela Unemat.Durante sua carreira, foi comandante do Núcleo de Polícia Militar, da Companhia de Polícia Militar e do 26º Batalhão de Polícia Militar, todos em Nova Mutum.
Além disso, comandou o 14º Comando Regional da Polícia Militar de Mato Grosso, consolidando sua experiência na linha de frente da segurança pública.