Operação integrada descobre 17 corpos em cemitério clandestino em Lucas do Rio Verde

A Polícia Civil descobriu, na manhã desta sexta-feira (10), um cemitério clandestino supostamente utilizado por facções criminosas em uma área de mata no bairro Tessele Junior, em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso. Até o momento, 17 corpos foram resgatados, revelando a brutalidade do chamado “tribunal do crime”, onde execuções eram realizadas por ordens internas das facções.

A investigação, que vinha sendo conduzida ao longo de 2024, estava focada em desaparecimentos e homicídios não solucionados. De acordo com o delegado Allan Vitor, a descoberta foi resultado de uma intensa atuação investigativa. “Nosso objetivo é dar respostas às famílias das vítimas e à sociedade. Identificar esses corpos é um grande avanço”, afirmou.

Cemitério clandestino e a brutalidade das facções
No local, foram encontrados indícios de tortura e execução, como facas, cordas e bitucas de cigarro. Alguns corpos estavam em avançado estado de decomposição, enquanto outros pareciam ter sido enterrados recentemente.

Segundo o delegado João Antônio, as vítimas eram, em sua maioria, integrantes de facções rivais ou pessoas que infringiram regras internas. “As execuções variavam, mas incluíam torturas realizadas por videochamadas e mortes sumárias”, revelou.

A operação
A operação foi realizada em conjunto pelas forças de segurança do estado, incluindo a Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal. A localização do cemitério foi possível após a prisão de um suspeito durante um confronto armado.

“Essa integração foi fundamental para o sucesso da operação. Cada instituição desempenhou um papel essencial”, destacou o Tenente-Coronel Fernandes, da Cavalaria da Polícia Militar.

O Corpo de Bombeiros está auxiliando na remoção dos corpos, utilizando equipamentos especializados e contando com o apoio de equipes de Cuiabá, que trouxeram um cão farejador para ampliar as buscas por outras possíveis covas.

Investigações em andamento
Os corpos estão sendo identificados por meio de exames de DNA e análise de vestimentas e objetos encontrados. A Polícia Civil investiga a possibilidade de que as vítimas incluam desaparecidos de outras cidades da região, como Diamantino e Tapurah.

“Estamos em contato com delegacias de cidades vizinhas para cruzar informações e expandir as investigações”, informou o delegado João Antônio.

Operação Tolerância Zero contra o crime organizado
A descoberta do cemitério integra a “Operação Tolerância Zero”, iniciativa do Governo do Estado para enfrentar o avanço das facções criminosas em Mato Grosso.

O governador Mauro Mendes reforçou o compromisso no combate ao crime organizado. “A união das forças de segurança tem mostrado resultados concretos. Continuaremos a desmantelar essas redes criminosas e a trazer justiça às vítimas”, afirmou.

A exposição do cemitério clandestino evidencia a violência crescente promovida por facções criminosas no estado, mas também representa um importante avanço na luta contra o crime organizado.

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