Lula pediu demissão de Juscelino Filho por telefone, afirma Planalto; exoneração é oficializada

Foto: Reprodução Governo Federal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ligou pessoalmente para o agora ex-ministro das Comunicações, Juscelino Filho, na tarde desta terça-feira (8), e solicitou que ele pedisse demissão do cargo. A informação foi confirmada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), em um comunicado oficial divulgado na noite de ontem.

A exoneração foi formalizada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (9), encerrando de forma abrupta a passagem do deputado licenciado pelo Ministério das Comunicações cargo que ocupava desde o início do atual governo, em 2023.

O motivo da saída é claro: Juscelino é alvo de denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que o acusa de envolvimento em um esquema de desvio de emendas parlamentares, supostamente operado durante seu mandato como deputado federal. A denúncia ainda será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que decidirá se aceita ou não o pedido da PGR para transformá-lo em réu.

O gesto de Lula de ligar pessoalmente ao ministro indica uma tentativa de preservar a imagem do governo e evitar mais desgaste político, já que Juscelino resistia a deixar o cargo mesmo após o avanço da investigação. Segundo o Planalto, a conversa foi objetiva: o presidente pediu que ele saísse para se defender fora da Esplanada.

Apesar do conteúdo claro da ligação, Juscelino divulgou uma carta aberta tentando dar contornos de iniciativa pessoal à saída. Na nota, ele afirma que a decisão foi “uma das mais difíceis da sua trajetória pública” e defende que as acusações são infundadas:

Apesar do conteúdo claro da ligação, Juscelino divulgou uma carta aberta tentando dar contornos de iniciativa pessoal à saída. Na nota, ele afirma que a decisão foi “uma das mais difíceis da sua trajetória pública” e defende que as acusações são infundadas:

Ele diz ainda confiar “plenamente nas instituições do nosso país”, especialmente no STF, onde o caso será julgado. “A justiça virá”, concluiu.

A demissão de Juscelino representa mais uma baixa no já fragilizado arco de alianças do governo Lula, que conta com o União Brasil partido do agora ex-ministro como peça-chave na governabilidade do Congresso. A saída forçada escancara as tensões entre a necessidade de manter uma base ampla e o ônus político de carregar ministros sob suspeita.

O governo tenta vender a demissão como uma medida de “respeito à população” e “compromisso com a ética”, mas o episódio deixa claro que o desgaste político só é contido quando a pressão externa ultrapassa os limites da conveniência interna.

FONTE: HORA BRASILIA

Compartilhe :

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *