Investigação da PF aponta que o ‘Comando C4’, formado por militares e civis, praticava homicídios sob encomenda e espionagem. Tabela com preços variava conforme o alvo.
A sétima fase da Operação Sisamnes revelou a existência do “Comando C4”, uma organização criminosa formada por militares da ativa, da reserva e civis, envolvida na execução de homicídios sob encomenda, incluindo o assassinato do advogado Roberto Zampieri.
Segundo a Polícia Federal, o grupo mantinha como missão “caçar comunistas, corruptos e criminosos”, operando com estrutura empresarial, práticas de espionagem e uso de armamento pesado. A sigla “C4” se refere a “Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos”.
Execuções sob tabela de preços
A PF localizou uma tabela impressa com valores cobrados pelas execuções. Os preços variavam conforme a função e “importância” da vítima. Em casos envolvendo autoridades, o valor chegava a até R$ 250 mil. O grupo também mantinha um arsenal considerado de guerra.
Prisões e mandados
A operação cumpre cinco mandados de prisão preventiva e seis de busca e apreensão em Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. Medidas cautelares adicionais foram impostas, incluindo recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato entre investigados e apreensão de passaportes.
Os presos preventivamente são:
- Aníbal Manoel Laurindo (mandante)
- Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas (financiador e coronel do Exército)
- Antônio Gomes da Silva (executor)
- Hedilerson Fialho Martins (intermediário)
- Gilberto Louzada da Silva (envolvimento ainda em apuração)
O crime
Roberto Zampieri, 56 anos, foi morto a tiros na noite de 5 de dezembro de 2023, na frente de seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. Ele estava em uma picape Fiat Toro quando foi alvejado. O executor foi capturado posteriormente em Santa Luzia (MG).