Facção julgou maranhenses como membros de facção rival e os matou; dois corpos identificados

João Vieira

A Polícia Civil confirmou, nesta quarta-feira (9), que duas ossadas encontradas em Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá) pertencem a trabalhadores maranhenses mortos por faccionados do Comando Vermelho. As vítimas foram identificadas como Diego de Sales Santos, de 22 anos, e Mefibozéte Pereira da Solidade, de 25 anos. Outros três homens ainda estão desaparecidos.

O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e está inserido na Operação Desterro, que apura o desaparecimento de cinco trabalhadores oriundos do Maranhão. Segundo o delegado Rogério Gomes, a motivação do crime foi a falsa suspeita de que as vítimas integravam uma facção criminosa rival — o Primeiro Comando da Capital (PCC) ou outro grupo com atuação no Nordeste.

“Eles tinham acabado de chegar na cidade e todas as evidências apontam para uma retaliação da facção criminosa. Mas até agora, não há qualquer indício de que eles fossem integrantes de facção”, afirmou Gomes.

As vítimas desapareceram em 9 de janeiro, logo após serem recrutadas por uma empresa de trabalho para atuar em obras em Várzea Grande. No dia seguinte à chegada, não foram mais vistas no alojamento onde estavam hospedadas. A empresa afirmou que os recrutou por meio de uma agência de empregos e que estavam agendados para exames admissionais.

Prisões durante a operação

Durante a nova fase da investigação, a Polícia Civil cumpriu 13 mandados de busca e apreensão com o objetivo de coletar provas, como celulares e eletrônicos. Duas pessoas foram presas em flagrante, uma por posse ilegal de arma de fogo e outra por fraude processual.

O delegado Caio Albuquerque, titular da DHPP, reforçou o papel das denúncias anônimas nas investigações e destacou que a atuação das facções em crimes contra a vida exige trabalho contínuo e articulação entre diferentes órgãos de segurança.

“Apesar das dificuldades em obter informações devido ao medo e ao silêncio da população, conseguimos avançar graças ao trabalho de inteligência, apoio do Ministério Público e ações integradas com a PM”, disse.

Vítimas ainda desaparecidas

Três trabalhadores maranhenses ainda não foram localizados:

  • Wallison da Silva Mendes, 21 anos
  • Wermison dos Santos Silva, 21 anos
  • Walyson da Silva Mendes, 25 anos

O caso continua sob investigação da DHPP e é tratado como homicídio em série com motivação ligada ao crime organizado.

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