Estado tem a maior taxa da região Centro-Oeste e enfrenta desafios na alfabetização de idosos
Mato Grosso registrou a menor taxa de analfabetismo dos últimos anos, mas ainda convive com um número significativo de pessoas que não sabem ler e escrever. Segundo dados da Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE, 145.771 mato-grossenses com 15 anos ou mais são analfabetos — o equivalente a 3,8% da população nessa faixa etária.
Apesar do avanço, o índice ainda coloca o estado em desvantagem em relação aos vizinhos da região Centro-Oeste. Enquanto o Distrito Federal apresenta uma taxa de 1,8% e Goiás e Mato Grosso do Sul registram 3,6% e 3,7%, respectivamente, Mato Grosso lidera a região com o maior percentual de analfabetismo.
O número representa uma queda de 0,7 ponto percentual em comparação com 2023, quando o índice era de 4,5%. É o menor resultado desde 2016, ano em que a taxa chegou a 6,7%. No cenário nacional, Mato Grosso ocupa a 9ª posição entre os estados com menor índice de analfabetismo. A média brasileira é de 5,3%.
Desigualdade por faixa etária
A desigualdade etária é um dos principais desafios apontados pelo levantamento. Entre os mato-grossenses com 60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo salta para 15,7%, mais que o quádruplo da média estadual e acima da média nacional. Já entre os mais jovens, os índices são menores, reflexo das políticas públicas de acesso à educação nas últimas décadas.
Homens e mulheres apresentam taxas quase idênticas: 3,8% e 3,7%, respectivamente. O IBGE considera analfabeta qualquer pessoa que não consiga ler ou escrever, nem mesmo bilhetes simples, em seu idioma nativo.
Pandemia afetou série histórica
A pesquisa destaca ainda a interrupção dos dados em 2020 e 2021 devido à pandemia da Covid-19, o que comprometeu a continuidade da série histórica e pode ter impactado a medição da evolução real no período.
