Estudo revela que ambiente econômico, educação e infraestrutura limitam desempenho do Brasil frente a 17 economias concorrentes
Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou um dado preocupante: o Brasil está em último lugar no Ranking de Competitividade Industrial 2023-2024. O estudo compara desempenho de 18 países que disputam espaço no mercado internacional com produtos industriais semelhantes.
Os Países Baixos (Holanda) ficaram no topo do ranking, seguidos por Estados Unidos e Coreia do Sul. Já o Brasil aparece na 18ª colocação, com resultados negativos em quase todos os fatores analisados.
Confira ranking completo da CNI:
- Países Baixos (Holanda)
- Estados Unidos
- Coreia do Sul
- Alemanha
- Reino Unido
- Canadá
- China
- Itália
- Espanha
- Turquia
- Chile
- México
- Colômbia
- Peru
- Rússia
- Argentina
- Índia
- Brasil
Fatores que mais pesaram contra o Brasil
O país teve o pior desempenho nos fatores ambiente econômico, desenvolvimento humano e trabalho e educação. Em nenhum dos oito grandes indicadores o Brasil aparece na primeira metade da lista.
A melhor posição brasileira foi no fator baixo carbono e recursos naturais, em 12º lugar. O destaque positivo foi o uso de energias renováveis.
Segundo o presidente da CNI, Ricardo Alban, os principais entraves estão na estrutura econômica e nos altos custos para se produzir no país.
“A alta complexidade na tributação e os diversos gargalos na área da macroeconomia e de investimentos são alguns dos motivos que justificam a posição do Brasil no ranking”, explica.
Ele afirma que a solução passa por mudanças estruturais.
“O caminho é desafiador e inclui a necessidade de recuperação de problemas trazidos pela pandemia e pela guerra, a redução do Custo Brasil, como também o aumento da produtividade e da inovação em todas as camadas da economia”, destaca Alban.
Juros altos e carga tributária afetam ambiente econômico
O ambiente econômico foi o fator com pior avaliação para o Brasil. O país ocupa a última posição nesse item, atrás até da Argentina (17º) e da Itália (16º). Os líderes são Coreia do Sul, China e Países Baixos.
Esse fator leva em conta financiamento, tributação e macroeconomia e investimento. O Brasil foi mal em todos: tem juros de curto prazo altos, spread bancário elevado, baixa taxa de investimento e alto gasto com juros da dívida.
Desenvolvimento humano e educação também preocupam
No quesito desenvolvimento humano e trabalho, o Brasil também ficou em último lugar. A Coreia do Sul lidera esse indicador. Os dados mostram que o país tem baixa colocação em relações de trabalho (16º), saúde e segurança (15º) e diversidade e inclusão (17º).
Entre os problemas, estão desigualdade de renda e de gênero, além de baixa cobertura de saúde pública e impacto negativo das leis trabalhistas nas empresas.
A situação da educação também é crítica. O Brasil aparece em 18º lugar, muito atrás da Alemanha, que lidera esse fator. O país tem poucos formandos nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática e baixa adesão ao ensino técnico.
Outros pontos com desempenho abaixo da média
O Brasil também ficou abaixo da média nos seguintes fatores:
- Ambiente de negócios: 13º lugar;
- Comércio e integração internacional: 14º lugar;
- Desenvolvimento produtivo, inovação e tecnologia: 15º lugar;
- Baixo carbono: 12º lugar;
- Infraestrutura: 15º lugar.
No fator baixo carbono, o país tem bom desempenho no uso de energia renovável e ocupa o 2º lugar em descarbonização. Porém, ainda está mal em economia circular, o que compromete o resultado geral.
Já na infraestrutura, os maiores desafios estão nas rodovias, portos, ferrovias e na infraestrutura digital. O país também não tem bom desempenho no transporte aéreo.
FONTE: SBT NEWS