Brasil sofre maior tarifação dos EUA e fracassa em negociações internacionais

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Enquanto grandes potências como China, Japão, União Europeia e Reino Unido negociaram com sucesso reduções ou suspensões das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, o Brasil ficou isolado — e foi penalizado com a maior taxação de todas: 50% sobre seus produtos exportados. O anúncio foi feito neste domingo (27) pelo ex-presidente Donald Trump e o secretário de Comércio, Howard Lutnick, com vigência a partir de 1º de agosto.

Segundo o próprio governo brasileiro, nenhum representante do alto escalão norte-americano aceitou receber o vice-presidente Geraldo Alckmin, designado para liderar as negociações com Washington. A ausência de diálogo efetivo com os EUA contrasta com os acordos bilionários firmados por outras nações: a União Europeia garantiu reduções e fechou acordos de US$ 750 bilhões em energia e US$ 600 bilhões em investimentos; o Japão obteve redução de alíquotas de 25% para 15% com promessa de investimento de US$ 550 bilhões.

China, Reino Unido e países do sudeste asiático também conseguiram termos mais favoráveis, fruto de estratégias diplomáticas bem-sucedidas e articulações políticas consistentes.

Além da pauta comercial, Trump justificou a medida com críticas ao governo Lula. Declarou que o presidente brasileiro tem feito declarações “afrontosas” e apontou o que considera uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, além de censuras do Supremo Tribunal Federal a cidadãos e empresas norte-americanas em território brasileiro.

A imposição tarifária pode representar um duro golpe para o setor exportador nacional, especialmente em um momento de retração econômica, alto custo de vida e desemprego. A falta de habilidade diplomática e o enfraquecimento das relações com os EUA revelam um cenário preocupante: o Brasil perde espaço no comércio global enquanto se distancia de potências decisivas para sua estabilidade econômica.

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