O senador Ciro Nogueira (PP-PI) classificou como “gravíssimas” as acusações envolvendo Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As declarações foram dadas após a divulgação de documentos ligados à CPMI do INSS, que apontam supostos repasses milionários e pagamentos mensais atribuídos ao investigado. As informações foram publicadas pelo portal Poder360.
Segundo o material apresentado à comissão, há registros que sugerem possíveis pagamentos mensais de cerca de R$ 300 mil, além de repasses que ultrapassariam R$ 25 milhões — valores que teriam sido destinados a empresas e interlocutores ligados a Lulinha. A Polícia Federal teria incluído esses dados em relatórios anexados às investigações.
Para Ciro Nogueira, as informações são “as mais graves já apresentadas” envolvendo a família presidencial desde o início do governo. Ele defendeu que todo o conteúdo sob sigilo seja divulgado ao público para garantir transparência e possibilitar análise independente.
Apesar de afirmar não querer promover “pré-julgamento”, Nogueira ressaltou que os indícios apontados pela CPMI e pela PF “não podem ser ignorados” e requerem investigação rigorosa. O senador ainda interpretou como “estranha” a mudança de Lulinha para a Espanha, em julho, quando as apurações já estavam em andamento.
O parlamentar também criticou o que classificou como possível leniência do governo em relação ao caso e reforçou a importância da autonomia da Polícia Federal na condução das investigações.
As acusações devem intensificar o clima político no Congresso, especialmente com a proximidade do calendário eleitoral de 2026. O caso tende a ser explorado pela oposição como um exemplo de falta de transparência do governo e de possível irregularidade envolvendo familiares do presidente.
Para aliados do Palácio do Planalto, o episódio pode gerar desgaste, sobretudo se novas informações forem divulgadas nos próximos dias. A CPMI do INSS deve receber novos relatórios e depoimentos, ampliando o debate político em torno da acusação.
O desenrolar das investigações deve definir o tamanho do impacto na imagem do governo e do próprio presidente Lula, em um momento estratégico de articulações para o próximo pleito nacional.







