O assassinato do jornalista Osni Mendes, ocorrido em 2013, teve um desfecho judicial nesta sexta-feira (16), quando o Tribunal do Júri de Mineiros (GO) condenou Gilberto Rodrigues dos Anjos a 17 anos de prisão. O réu, que também é acusado da chacina de uma família em Sorriso (MT), foi sentenciado por homicídio triplamente qualificado e furto.
De acordo com o processo, Gilberto conheceu Osni Mendes em um bar no dia 22 de dezembro de 2013. Após deixarem o local juntos, o réu agrediu brutalmente o jornalista dentro do carro e o estrangulou com a própria camiseta da vítima. Em seguida, roubou o veículo e passou a utilizá-lo normalmente.
Preso preventivamente por seis meses, Gilberto teve a prisão relaxada e desapareceu, permanecendo foragido até os crimes cometidos anos depois. O júri reconheceu como qualificadoras o motivo fútil, o uso de meio cruel e o recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Após ser solto, Gilberto voltou a delinquir. Em setembro de 2023, ele invadiu uma residência em Lucas do Rio Verde (MT), estuprou uma mulher e tentou assassiná-la. A vítima resistiu e conseguiu escapar, apesar da violência. A mãe da jovem também foi agredida.
Dois meses depois, em 24 de novembro de 2023, o criminoso cometeu uma chacina em Sorriso (MT). Ele invadiu a casa de Cleci Calvi Cardoso, de 45 anos, e assassinou a mulher e suas três filhas: Miliane (19), Manuela (13) e Melissa (10). Os corpos foram encontrados três dias depois, após o esposo de Cleci, Regivaldo Cardoso, estranhar o silêncio da família. Gilberto foi encontrado escondido em uma construção vizinha.
Conrado Pavelski Neto, advogado da família Calvi Cardoso, criticou duramente as falhas do sistema de justiça. Segundo ele, Gilberto possuía dois mandados de prisão em aberto e, mesmo assim, circulava livremente. “Ele chegou a entrar em um órgão público para corrigir dados da identidade e não foi preso, por falha do sistema”, afirmou.
O crime de Sorriso completa um ano e seis meses neste sábado (24). A defesa da família cobra agilidade para que o julgamento aconteça o quanto antes. “Queremos justiça para que a família tenha algum alívio e possa seguir em frente”, declarou Pavelski.
Atualmente, Gilberto Rodrigues dos Anjos aguarda o julgamento da chacina em Sorriso, cuja data ainda não foi definida.