O cunhado de Marina Sofia Menezes Ventura, de 13 anos, foi preso sob suspeita de envolvimento no desaparecimento da adolescente, ocorrida em Diamantino, a 209 km de Cuiabá, em 20 de outubro. Durante a prisão, a irmã da vítima, de 17 anos, foi encontrada junto com o suspeito, João Victor, de 20 anos, e também encaminhada à delegacia.
Posteriormente, ela foi liberada.De acordo com o delegado Marcos Bruzzi, há suspeitas de que Marina tenha sido assassinada, embora ainda não existam vestígios que confirmem o crime. João Victor e a irmã da vítima fugiram de Diamantino logo após o desaparecimento da jovem, mas foram localizados em Lucas do Rio Verde, no norte do estado.Segundo a Polícia Civil, o crime teria sido planejado devido a uma indenização que Marina receberia pela morte do pai.
Com a morte da adolescente, o valor seria dividido entre outros familiares. Além disso, João Victor é apontado como traficante de drogas e membro de uma facção criminosa. Há ainda suspeitas de que ele tenha abusado sexualmente da cunhada, o que teria motivado seu temor de que a vítima o denunciasse.”O próprio relato de Marina a amigas antes de desaparecer indicava que ela havia sido abusada. Ele temia que ela revelasse isso a outras pessoas”, explicou o delegado.
Contradições e evidências
Câmeras de segurança registraram João Victor saindo de casa às 11h30 do dia 20 de outubro vestindo uma camisa vermelha e retornando às 13h30 com uma camisa preta. O desaparecimento de Marina ocorreu por volta das 12h30, horário em que a irmã da vítima relatou a uma amiga que Marina já não estava em casa.”Essa troca de roupas e o período em que ele esteve fora levantaram suspeitas. Durante o interrogatório, ele não soube justificar a mudança de vestimenta”, destacou Bruzzi.
A prisão temporária de João Victor foi decretada por 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30, para que as investigações avancem e outros envolvidos sejam identificados.
Outro suspeito preso
Na sexta-feira (22), outro homem suspeito de envolvimento no desaparecimento foi preso em Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá. Uma testemunha identificou o suspeito como um dos homens que estariam transportando o possível corpo de Marina. Contudo, ainda não há confirmação de sua morte.Segundo o delegado, o suspeito afirmou ter sido abordado por João Victor e outro indivíduo, que ofereceram R$ 25 mil para participar do desaparecimento. Ele não detalhou como a ação seria executada ou o destino do corpo, mas reforçou que o crime teria ligação com a disputa pela indenização de Marina.
Desaparecimento e início das investigações
Marina foi vista pela última vez em sua casa. De acordo com a mãe da adolescente, ela havia saído por alguns minutos para uma conveniência e deixou a jovem com a irmã mais nova. Quando retornou, Marina já não estava mais no local.
Denúncias levaram a polícia a investigar relatos de que a adolescente teria sido levada para uma região de mata dentro de um carro. O Corpo de Bombeiros realizou buscas com cães farejadores, mas não encontrou vestígios.Mais de 20 depoimentos foram colhidos até o momento, incluindo familiares e amigas da vítima.
Testemunhas relataram ter visto um carro retirando uma jovem com mãos amarradas de um porta-malas em uma área de mata. O caso segue em investigação.
