O deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) criticou duramente a decisão do governo federal de ampliar três terras indígenas em Mato Grosso. Segundo o parlamentar, a medida é “demagógica” e não atende às necessidades reais das comunidades indígenas do estado.
As declarações foram dadas nesta quarta-feira (19), após a divulgação dos decretos de ampliação assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Campos afirmou que a decisão do governo ignora demandas essenciais das aldeias, como assistência técnica, acesso à saúde, educação e geração de renda.
Segundo ele, “os índios não querem mais terra. Eles querem oportunidade de trabalhar e produzir”.
O parlamentar também destacou que, no caso da Terra Indígena Manoki, a área teria sido ampliada em cerca de 250 mil hectares para atender aproximadamente 500 indígenas, número que, na avaliação dele, não justificaria a extensão territorial.
O deputado classificou a ampliação como um “crime contra o desenvolvimento econômico e social de Mato Grosso”, afirmando que a medida prejudica produtores rurais e afeta atividades econômicas consolidadas na região.
Campos também afirmou que o governador Mauro Mendes (União) determinou que a Procuradoria-Geral do Estado entre com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar os decretos.
A Assembleia Legislativa também poderá ingressar com medida própria contra a decisão federal.
O parlamentar argumenta que muitas comunidades indígenas convivem com problemas de infraestrutura, falta de técnicos agrícolas, escolas fechadas e ausência de oportunidades. Para ele, ampliar reservas não resolve essas carências estruturais.
A posição do deputado reacende o debate em Mato Grosso sobre os critérios de demarcação e ampliação de terras indígenas — tema que historicamente envolve disputas políticas, ambientais e econômicas.
Com o aceno do governo estadual para judicializar o caso, a questão deve chegar ao STF, reacendendo discussões sobre limites territoriais, compensações e políticas de desenvolvimento em áreas indígenas do estado.







