‘Desafio do desodorante’: por que inalar produto pode levar à morte?

Meninas de 8 e 11 anos morreram após 'desafio do desodorante' | Reprodução

Polícia do DF investiga óbito de menina de 8 anos por inalação do produto; em março, caso parecido aconteceu com menina de 11 anos

Sarah Raissa Pereira de Castro, de 8 anos, foi encontrada desacordada após participar do “desafio do desodorante”. Ela chegou a ser socorrida e ficou internada por três dias, mas não resistiu. A criança teve uma parada cardiorrespiratória.

O corpo da menina, moradora de Ceilândia (DF), foi enterrado na tarde desta segunda-feira (14).

Por que inalar desodorante pode causar a morte?

Segundo a médica pneumologista Michelle Andreata, a prática a longo prazo pode levar a dependência e lesão direta dos pulmões, já que a composição é bastante irritativa às vias aéreas e pode causar a ausência de oxigênio nos tecidos do corpo.

“Nos desodorantes aerossóis há parte de éter, álcool e gases como isobutano em sua composição. Essas substâncias podem ter efeito no sistema respiratório, competindo com o oxigênio, e impedindo a troca adequada desse gás nas hemácias, causando a hipóxia, que é a ausência de oxigênio nos tecidos”, explica.

Michele ressalta que a inalação do aerossol pode provocar parada cardíaca por asfixia.

A pediatra Gabriela Barreto também pontua que a inalação do produto pode causar danos graves à saúde como desconforto respiratório e pneumonite química (inflamação do pulmão).

A polícia investiga como Sarah teve acesso ao desafio para identificar o responsável pela publicação. Caso condenado, o suspeito poderá responder pelo crime de homicídio duplamente qualificado (através de meio que pode causar perigo comum e por ter sido praticado contra menor de 14 anos de idade), cuja pena pode chegar a 30 anos de prisão.

Outro caso recente foi registrado em Pernambuco

Em março, um caso parecido foi registrado na cidade Bom Jardim, no agreste de Pernambuco. Brenda Sophia Melo de Santana, de 11 anos, morreu após participar do mesmo desafio. Ela sofreu uma parada cardiorrespiratória, foi socorrida ao Hospital Municipal Doutor Miguel Arraes, mas não resistiu.

Para o delegado responsável pelas investigações do caso registrado no DF, a repetição de situações similares serve de alerta para pais e responsáveis.

“Esse caso, além de chocante, traz um alerta acerca do que os filhos acessam mesmo estando na residência, necessitando de uma maior fiscalização para que não venha a ocorrer novamente”, destacou.

FONTE: SBT NEWS

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