Desembargadores são acusados de corrupção e lavagem de dinheiro em MT

Montagem

A Polícia Federal concluiu o inquérito que investiga dois desembargadores afastados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e apontou indícios de crimes graves. João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho são acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com benefício financeiro que pode ter chegado a R$ 5,5 milhões.

Presentes de alto valor e repasses milionários

Segundo o relatório obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmado por A Gazeta, os magistrados teriam recebido “presentes” como:

  • Um relógio da marca Patek Philippe, avaliado em até R$ 300 mil;
  • Uma barra de ouro de 440 gramas.

Além disso, investigações indicam que uma empresa ligada ao advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, transferiu R$ 5 milhões para uma enteada de João Ferreira Filho.

Outros valores também foram rastreados. A enteada teria usado parte do dinheiro para pagar R$ 25 mil por uma motocicleta Harley Davidson e R$ 275 mil para uma empresa imobiliária.

Esquema descoberto após quebra de sigilos

As informações surgiram a partir de mensagens encontradas no celular de Zampieri. A quebra de sigilos bancário e fiscal revelou movimentações financeiras suspeitas envolvendo os dois desembargadores e seus familiares.

O relatório da PF também destaca que o Coaf identificou diversas compras e vendas de imóveis em nome de João Ferreira e de sua esposa, mesmo após o afastamento do cargo.

O que dizem as defesas

A defesa de João Ferreira Filho afirmou ao Estadão que não há qualquer prova de conduta indevida por parte do desembargador e que ele não se beneficiou de suas funções judicantes.

Já os advogados de Sebastião de Moraes Filho informaram que irão se manifestar oficialmente nos autos do processo, que corre sob sigilo. Eles confiam que a verdade será restabelecida com o avanço das investigações.

Próximos passos no STJ

Agora, o caso está nas mãos do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que decidirá se os desembargadores se tornarão réus. Se condenados, a pena máxima é a aposentadoria compulsória.

No entanto, o Ministério Público Federal (MPF) pode abrir ação civil para tentar cassação da aposentadoria, o que impediria os investigados de receber o benefício.

Compartilhe :

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *