Reconhecido oficialmente esta semana, tipo 5 da condição tem alta taxa de mortalidade e costumava ser tratado como diabetes tipo 1; entenda
Você já ouviu falar do Diabetes tipo 5? A classificação foi tema do Congresso Mundial de Diabetes, realizado nesta semana em Bangkok, na Tailândia. No evento, a Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês) anunciou que reconhece oficialmente a nomenclatura da doença, que já afeta cerca de 25 milhões de pessoas em países de baixa e média renda, segundo estimativas.
O tema vem sendo debatido há alguns anos. Antes, o diabetes tipo 5 era conhecida apenas como “diabetes relacionado à desnutrição” e suas características são distintas dos tipos 1 e 2 — os únicos que eram reconhecidos até então.
Entenda neste texto as diferenças entre os tipos de diabetes e por que o reconhecimento oficial do tipo 5 é importante.
Diabetes tipo 5: relacionada à desnutrição
O diabetes tipo 5 afeta principalmente jovens e adultos magros e desnutridos, em sua maioria moradores de países da Ásia e da África. A doença apresenta uma taxa de mortalidade elevada — muitos pacientes não sobrevivem mais de um ano após o diagnóstico.
Antes, pacientes com esse perfil eram tratados como se tivessem diabetes tipo 1. Contudo, o tratamento com insulina não só se mostrava ineficaz, como podia causar quedas perigosas no nível de açúcar no sangue. Ao mesmo tempo, o quadro também não se encaixava no tipo 2, por não estar ligado à obesidade ou ao sedentarismo.
A causa está relacionada, de fato, à desnutrição, que, acredita-se, pode causar a mutação de um determinado gene do corpo, segundo o Hospital Infantil da Filadélfia, nos EUA. No entanto, seu mecanismo de ação ainda não é totalmente conhecido pela ciência.
Pesquisas conduzidas pela professora Meredith Hawkins, da Faculdade de Medicina Albert Einstein, revelaram que os pacientes com diabetes tipo 5 sofrem com uma falha severa na produção de insulina, mas por mecanismos diferentes dos tipos 1 e 2. A desnutrição severa parece interferir diretamente no funcionamento das células pancreáticas.
O reconhecimento do diabetes tipo 5 pela IDF pode impactar positivamente no tratamento dos pacientes.
“O diabetes relacionado à desnutrição tem sido historicamente subdiagnosticado e mal compreendido”, afirmou Hawkins.
Agora, um grupo internacional de especialistas foi montado para desenvolver protocolos de diagnóstico e tratamento específicos, com previsão de conclusão nos próximos dois anos.
Esse avanço pode abrir portas para novos tratamentos e políticas de saúde direcionadas a populações vulneráveis.
Diabetes tipo 1: a doença autoimune
O diabetes tipo 1 costuma surgir ainda na infância ou adolescência. É uma doença autoimune: o sistema imunológico do paciente ataca as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina — o hormônio que regula os níveis de glicose no sangue.
Sem insulina, o corpo não consegue processar o açúcar da maneira correta. Por isso, quem vive com diabetes tipo 1 precisa tomar injeções de insulina diariamente para sobreviver. Este tipo da doença não está relacionado ao estilo de vida ou hábitos alimentares.
Diabetes tipo 2: o mais comum e ligado ao estilo de vida
Já o tipo 2 é o mais frequente, respondendo por cerca de 90% dos casos no mundo. Ele geralmente se desenvolve ao longo da vida adulta, sendo fortemente associado à obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada.
Nesses casos, o corpo ainda produz insulina, mas as células passam a resistir à ação do hormônio, ou a produção se torna insuficiente com o tempo. É possível controlar o diabetes tipo 2 com mudanças no estilo de vida, medicamentos e, em alguns casos, com insulina.
FONTE: SBT NEWS