Um verdadeiro escândalo veio à tona e choca o Brasil: quase 500 mil menores de idade estão com empréstimos consignados ativos no INSS. A revelação acendeu o alerta vermelho e provocou reação imediata da Justiça, que determinou a suspensão dessa prática polêmica.
A investigação mostrou que crianças e adolescentes, beneficiários de pensões e do BPC (Benefício de Prestação Continuada), foram colocados no radar dos bancos como tomadores de crédito. Ao todo, 492,1 mil contratos estão ativos, expondo a fragilidade de famílias que deveriam estar protegidas pela lei.
Tudo começou em 2022, quando uma norma do INSS, durante o governo Bolsonaro, flexibilizou a regra e permitiu que representantes legais: pais, mães ou guardiões contratassem empréstimos sem precisar de autorização judicial. A medida, que deveria “facilitar o acesso ao crédito”, abriu brecha para um verdadeiro festival de dívidas em nome de menores de idade.
O Ministério Público Federal reagiu, acusando a medida de violar o Código Civil e colocar os incapazes em situação de risco e superendividamento. O TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) bateu o martelo e determinou a suspensão imediata de novos contratos, mas os empréstimos já feitos continuam valendo.
Especialistas alertam que a prática pode representar um dos maiores golpes contra a proteção da infância no país. Famílias desesperadas por crédito acabaram mergulhadas em dívidas que recaem sobre benefícios destinados justamente a garantir a sobrevivência de menores.
O caso expõe uma ferida aberta: até que ponto o sistema financeiro e o próprio INSS foram coniventes em transformar crianças em alvo do mercado de crédito? A resposta agora está nas mãos da Justiça, mas a polêmica já entrou para a lista dos maiores absurdos do Brasil recente.