A fragilidade da política fiscal do governo Lula (PT) voltou a ser exposta em números pelo Banco Central. Relatório divulgado na sexta-feira (30) mostra que as empresas estatais federais registraram um prejuízo consolidado de R$ 2,73 bilhões entre janeiro e abril deste ano — o pior resultado para o período desde o início da série histórica, em 2002.
A marca representa um crescimento de 62,8% no rombo em comparação ao mesmo período de 2024, quando as estatais haviam acumulado déficit de R$ 1,678 bilhão. A tendência negativa é contínua: no primeiro quadrimestre de 2023, já sob a atual gestão petista, o prejuízo foi de R$ 1,842 bilhão. Com isso, todos os primeiros quadrimestres do atual mandato de Lula apresentaram déficits crescentes nas contas das estatais.
O desempenho fiscal de abril deste ano acentuou ainda mais o cenário crítico. Apenas no mês, o prejuízo foi de R$ 1,4 bilhão, outro recorde negativo, desta vez isolado para o mês de abril. A deterioração ocorre em meio a promessas vazias do governo de conter gastos e de respeitar os parâmetros do novo arcabouço fiscal.
Além de elevar o descrédito entre investidores — já desconfiados da consistência do ajuste fiscal —, os sucessivos prejuízos corroem o patrimônio das estatais e aumentam a pressão sobre o Tesouro Nacional. A preocupação se soma ao aumento da dívida bruta do país, que ultrapassou R$ 9 trilhões pela primeira vez em outubro de 2024, segundo o Banco Central, alcançando 78,6% do PIB.