Ex-presidente da Metamat e ex-deputado são alvos da operação por desvios de R$ 22 milhões

Viatura Polícia Civil

Segundo o site MIDIAJUR o ex-presidente da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat), Juliano Jorge Boraczynski, e o ex-deputado estadual Jeferson Wagner Ramos (União), que atualmente ocupa o cargo de diretor administrativo e financeiro da companhia, são alvos da Operação Poço Sem Fundo, deflagrada nesta quinta-feira (8) pela Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor). A operação apura um esquema de fraudes na execução de contratos para perfuração de poços artesianos.

Juliano Jorge é irmão do ex-deputado Romualdo Júnior (já falecido) e ocupou o comando da Metamat até 2024. Atualmente, ele exerce um cargo comissionado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

A companhia está em processo de liquidação, e Wagner Ramos, que foi deputado estadual entre 2007 e 2018, é um dos responsáveis por esse processo. Outro alvo da operação, também vinculado à Metamat, é o diretor administrativo Francisco Holanildo Silva Lima.

De acordo com a Polícia Civil, a suspeita é de que uma possível organização criminosa instalada na Metamat tenha desviado R$ 22 milhões entre os anos de 2020 e 2023.

As empresas contratadas deveriam construir poços artesianos e garantir a distribuição de água para os moradores das regiões próximas.

Contudo, auditorias realizadas pela Controladoria Geral do Estado apontaram inúmeras irregularidades, como poços que não foram encontrados nos locais indicados, poços perfurados sem condições adequadas de armazenamento de água e até casos em que os próprios moradores das comunidades rurais improvisavam, de forma rudimentar, meios para acessar a água dos poços.

Foram identificados poços supostamente construídos dentro de propriedades particulares, áreas de pastagens e plantações, garimpos e até dentro de uma granja, além de outros localizados em áreas urbanas, em completo desvio do objetivo de atender comunidades rurais.

Nas auditorias, a Controladoria Geral do Estado identificou diversas falhas durante a execução das obras e a fiscalização, que resultaram no pagamento pela perfuração de poços secos ou improdutivos.

MANDADOS

Ao todo, estão sendo cumpridas 226 ordens judiciais. As determinações judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá contra seis empresas e 24 pessoas físicas investigadas, dentre elas 16 são servidores ou ex-servidores, e oito são empresários.

Os mandados são cumpridos nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande e Tangará da Serra, sendo 30 mandados de busca e apreensão, sequestro de 49 imóveis e de 79 bens móveis, além de bloqueios bancários de valores das contas dos investigados e das empresas, no valor estimado ao montante do prejuízo gerado. Também são cumpridas outras medidas cautelares, como afastamento de função pública.

Das medidas judiciais decretadas, a principal é a determinação de suspensão de pagamentos pelo Estado de Mato Grosso às empresas investigadas, que também estão proibidas de contratar com o Poder Público Estadual.

Estão sendo cumpridos mandados de quebra do sigilo dos dados dos dispositivos eletrônicos vinculados aos investigados.

A Justiça determinou, ainda, o afastamento da função pública de servidores da Metamat e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico.

Também foram determinadas medidas cautelares diversas da prisão contra os investigados, que estão proibidos de manterem contato entre si e de acessarem todos os prédios e dependências da Metamat e da Sedec. Eles também terão os passaportes recolhidos.

FONTE: SITE MIDIAJUR

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