Férias de Fernando Haddad geram insatisfação até entre aliados do governo Lula

Mateus Bonomi/ Estadão Conteúdo

Líderes da base aliada do governo no Congresso demonstraram insatisfação com as férias do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, iniciadas nesta segunda-feira (16). A ausência do ministro ocorre em meio a uma crise provocada pela Medida Provisória da arrecadação e à ameaça de revogação do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), considerado crucial para o cumprimento das metas do novo Arcabouço Fiscal.

Parlamentares ligados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmaram, em conversas reservadas, que esperavam maior comprometimento da equipe econômica neste momento delicado. Segundo relatos, alguns congressistas reclamaram que abriram mão de férias em períodos críticos e esperavam postura semelhante de Haddad.

A folga do ministro, inicialmente prevista para julho (de 11 a 22), foi antecipada para o período de 16 a 22 de junho. A decisão coincidiu com o início do recesso informal do Congresso, motivado pelo feriado de Corpus Christi e pelas festas juninas — período que o governo pretendia usar para avançar nas articulações com a Câmara dos Deputados.

Na última semana, os deputados aprovaram o regime de urgência para um projeto que revoga o reajuste do IOF. Por acordo com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), o mérito será votado nas próximas duas semanas, reduzindo a margem de manobra do Planalto.

A equipe econômica esperava arrecadar cerca de R$ 20 bilhões em 2025 com o imposto, valor considerado essencial para cumprir os parâmetros fiscais. A ausência de Fernando Haddad nesse contexto acendeu o alerta entre governistas, que temem dificuldades nas negociações políticas e perda de protagonismo na condução da pauta econômica.

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