A base governista no Congresso viveu um verdadeiro colapso. Em uma reviravolta histórica, o governo Lula perdeu de forma acachapante o comando da CPMI do INSS, comissão criada para investigar fraudes bilionárias em descontos ilegais de aposentados. A oposição tomou não apenas a presidência, mas também a relatoria, deixando o Planalto em completo constrangimento político.
O grande vencedor foi o senador Carlos Viana (Podemos-MG), eleito presidente por 17 votos a 14, derrotando o governista Omar Aziz (PSD-AM), aliado direto do Planalto. Para completar a humilhação, a relatoria ficou com o deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), considerado linha dura e hostil ao governo.
Na prática, a CPMI que deveria ser escudo do governo virou trincheira da oposição.
A derrota revelou a fragilidade da base governista. Membros começaram a pular do barco: o senador Renan Calheiros (MDB-AL) desistiu de integrar a comissão, e outras cadeiras foram trocadas às pressas pelo PT numa tentativa desesperada de conter o estrago. Mas já era tarde demais.
O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, não escondeu a decepção:
“O time entrou de salto alto, subestimou o adversário.”
A frase escancarou o sentimento dentro do Planalto. Lula convocou reunião de emergência no Palácio da Alvorada para tentar reorganizar as tropas, mas o estrago já estava feito: a CPMI agora está nas mãos da oposição.
Fraudes e explosão de bilhões
Criada para apurar um esquema que pode chegar a R$ 6,3 bilhões em fraudes contra aposentados, a CPMI promete ser palco de embates duros e de exposição política. Com a oposição no comando, o risco para o governo é de que a comissão se torne um verdadeiro espetáculo contra Lula.