Em uma medida que já causa forte repercussão, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), decidiu suspender a inclusão da JBS Aves na chamada “lista suja do trabalho escravo”. A decisão retira temporariamente a sanção prevista após apontamentos de práticas degradantes em granjas fornecedoras.
O caso investigado envolvia uma fiscalização no Rio Grande do Sul, em que auditores resgataram trabalhadores submetidos a jornadas de até 16 horas por dia e alojamentos sem condições mínimas.
O grande ponto de controvérsia é que o ministro avocou para si a decisão final sobre a autuação da empresa, algo que não havia precedentes no uso da “lista suja” desde sua criação.
Críticos veem na medida uma interferência política perigosa que pode fragilizar todo o sistema técnico de fiscalização trabalhista.
REAÇÃO E IMPLICAÇÕES
- No Ministério do Trabalho, houve protestos: ao menos nove auditores fiscais renunciaram a cargos de coordenação para manifestar insatisfação.
- O Ministério Público do Trabalho (MPT) avalia que a medida pode ferir convenções internacionais e a independência técnica da inspeção do trabalho.
- Já a JBS também se manifestou, dizendo adotar “tolerância zero” para violações trabalhistas e afirmando que bloqueou prestadoras quando tomou conhecimento das denúncias.







