Trabalhadores terceirizados dos Correios estão em greve em diversas regiões do país, em protesto contra uma grave situação: a falta de pagamento de salários há três meses. A paralisação é liderada por funcionários contratados por empresas terceirizadas, como a GO2B, que prestam serviços essenciais à operação dos Correios, incluindo triagem, distribuição e limpeza.
Sem receber salários desde o início do ano, esses trabalhadores enfrentam sérias dificuldades financeiras, tendo que lidar com aluguel, alimentação, transporte e demais necessidades básicas sem qualquer respaldo das empresas contratantes. Além dos salários em atraso, também há denúncias de não pagamento de vale-alimentação, vale-transporte e FGTS. A indignação levou à suspensão dos serviços em cidades como Londrina (PR), Contagem (MG), São Paulo (SP) e outras, com manifestações em frente a unidades dos Correios e centros de distribuição.
A greve está afetando diretamente o funcionamento da estatal. Com a paralisação de setores responsáveis pela logística e limpeza, há relatos de acúmulo de encomendas, atrasos nas entregas e condições insalubres em agências. Os trabalhadores alegam que, mesmo cientes da situação, os Correios não tomaram medidas concretas para pressionar as empresas terceirizadas ou garantir os direitos dos funcionários.
Sindicatos como o SINTECT-SP têm se mobilizado em apoio aos trabalhadores, denunciando publicamente a precarização causada pela terceirização e cobrando providências imediatas. Eles defendem a responsabilização direta dos Correios, já que a estatal se beneficia do trabalho prestado e deveria fiscalizar as condições contratuais.
Em nota, os Correios afirmaram que os pagamentos às empresas contratadas estão em dia, mas que estão apurando os fatos. Para os trabalhadores, porém, essa resposta é insuficiente diante de três meses sem salário e nenhuma perspectiva de regularização.
A crise escancara as falhas do modelo de terceirização adotado pela ECT. A falta de garantias e fiscalização abre espaço para abusos que afetam diretamente a dignidade dos trabalhadores e a qualidade do serviço prestado à população. Como solução, sindicatos e especialistas defendem a contratação direta por meio de concursos públicos, a fim de garantir estabilidade, direitos trabalhistas e eficiência na prestação de serviços.
Enquanto isso, os terceirizados seguem firmes na greve, lutando não apenas por salários atrasados, mas pelo mínimo de respeito e reconhecimento ao seu trabalho.