Homem que arrancou coração da tia em Sorriso comete novo crime e é preso novamente

Foto: Reprodução

Lumar Costa da Silva, 34 anos, autor de um dos crimes mais brutais já registrados em Sorriso (MT), voltou a ser preso após cometer um novo delito poucos meses depois de deixar o Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho, em Cuiabá. Ele havia sido internado por medida de segurança devido ao assassinato da própria tia em 2019, quando arrancou o coração da vítima.

Em julho de 2019, Lumar matou a tia, Maria Zélia da Silva, de 55 anos, mutilou o corpo e arrancou-lhe o coração. O caso teve ampla repercussão nacional pela extrema violência.
Após avaliação psiquiátrica, ele foi considerado inimputável — ou seja, incapaz de compreender plenamente seus atos — e, por determinação da Justiça, não foi levado a júri popular. Em vez disso, foi submetido a medida de segurança e internado em hospital psiquiátrico.

Lumar permaneceu quase dois anos internado no Hospital Adauto Botelho. Em junho de 2025, recebeu alta após a equipe médica avaliar que ele apresentava “estabilidade clínica”. A decisão autorizou que ele voltasse ao convívio social, sob a condição de manter tratamento contínuo e acompanhamento especializado.

Menos de cinco meses após deixar a unidade psiquiátrica, ele voltou a se envolver em um crime. Segundo as informações divulgadas pela imprensa estadual, Lumar foi denunciado por violência doméstica e descumprimento das condições impostas pela Justiça, incluindo a obrigação de seguir tratamento e tomar medicação regular.

A reincidência motivou nova ordem de prisão, cumprida pelas autoridades. Ele agora volta ao sistema de custódia, e o caso deve ser reavaliado judicialmente para definir se retornará ao regime de internação.

A situação reacende discussões sobre a eficácia das medidas de segurança aplicadas a pessoas com transtornos mentais que cometeram crimes graves. Especialistas apontam que a transição entre internação e liberdade assistida exige acompanhamento intenso e integrado entre saúde pública, Ministério Público, Judiciário e segurança pública — o que nem sempre ocorre de forma plena.

Para municípios como Sorriso, Tangará da Serra e Barra do Bugres, o caso evidencia a necessidade de reforço nas políticas de saúde mental, especialmente na supervisão de pacientes considerados de alto risco.

A rápida reincidência após a alta médica levanta questionamentos sobre:

  • periodicidade das avaliações psiquiátricas;
  • estrutura para acompanhamento pós-alta;
  • comunicação entre serviços de saúde e órgãos de segurança;
  • proteção às famílias e comunidades que convivem com indivíduos sob medida de segurança.

O caso avança agora para nova análise judicial, que definirá as próximas medidas a serem adotadas.

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