Indígenas protestam contra cassação de prefeito Edelo em Brasnorte e pedem respeito ao voto

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Dezenas de indígenas realizaram um protesto na manhã desta sexta-feira (4), em frente ao Fórum de Brasnorte (579 km de Cuiabá), em apoio ao prefeito Edelo Marcelo Ferrari (União), que teve seu mandato cassado por decisão da Justiça Eleitoral. A manifestação denunciou a cassação do prefeito Edelo Marcelo em Brasnorte, e exigiu respeito ao voto indígena.

Com cartazes com frases como “também temos direito de votar”, “respeitem a democracia” e “juiz não gosta de índio”, o grupo percorreu as ruas próximas ao fórum. Os manifestantes reforçaram que o voto dos povos originários é legítimo e precisa ser respeitado.

A cassação foi determinada pelo juiz Romeu da Cunha Gomes, da 56ª Zona Eleitoral de Brasnorte, dentro de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE). A decisão, divulgada na quarta-feira (2), atinge também a vice-prefeita Roseli Borges de Araújo Gonçalves e o vereador Gilmar da Obra (todos do União Brasil).

Acusações envolvem compra de votos com frango e combustível

Segundo a sentença, houve abuso de poder econômico nas eleições de 2024, incluindo distribuição de frangos congelados, combustível, transporte irregular de eleitores indígenas da etnia Enawenê-Nawê e transferências de domicílio eleitoral suspeitas.

Durante a passeata, representantes indígenas afirmaram que não houve compra de votos. Segundo eles, o apoio a Edelo ocorreu de forma espontânea, motivado por sua atuação em defesa dos direitos indígenas.

Eles também relataram que suas falas não foram consideradas na audiência, e denunciaram o comportamento de uma promotora que teria rido durante os depoimentos da comunidade — atitude interpretada como desrespeitosa.

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Nas redes sociais, Edelo Marcelo declarou que vai recorrer da cassação ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT). Segundo o prefeito, ele continuará exercendo o cargo enquanto o recurso não for julgado.

“É nosso direito recorrer na condição de prefeito. Tenho certeza de que vamos reverter essa decisão, com embasamento jurídico que comprovará nossa inocência”, afirmou em nota.

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