INSS estuda uso de dinheiro público para antecipar ressarcimento a vítimas de fraudes

Reprodução GloboNews

O presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, afirmou nesta terça-feira (12), em entrevista à GloboNews, que o governo estuda a possibilidade de usar recursos públicos — dinheiro do contribuinte — para adiantar o ressarcimento de vítimas das fraudes bilionárias nos descontos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas.

Em vez de responsabilizar imediatamente os autores do esquema, a proposta colocaria o Tesouro Nacional para arcar, ainda que de forma provisória, com os prejuízos causados por entidades privadas que invadiram ilegalmente a folha de pagamento do INSS. A justificativa: dar celeridade à devolução dos valores a milhões de beneficiários lesados.

Segundo Waller, R$ 1 bilhão já foi bloqueado das associações suspeitas e poderá ser usado no ressarcimento. No entanto, o governo ainda não sabe o tamanho total do rombo, o que levanta dúvidas sobre se o valor congelado será suficiente — abrindo espaço para o uso complementar de verbas públicas.

“O governo pode antecipar com recurso público”, admitiu o presidente do INSS.

O presidente também disse que não há prazo para concluir os pagamentos e que o dinheiro será devolvido diretamente na conta do benefício — sem contato com as associações. A promessa visa evitar novas fraudes, mas a contradição permanece: quem paga primeiro é o Estado, não os fraudadores.

Enquanto a polícia e a Justiça investigam os responsáveis, aposentados lesados dependem de um eventual adiantamento estatal, reforçando o retrato de uma máquina pública que falhou na proteção e agora cogita socializar o prejuízo

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