O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente pela Polícia Federal na manhã deste sábado (22), em sua residência no condomínio Jardim Botânico, em Brasília. A ordem partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após indícios de descumprimento de medidas judiciais.
Por volta das 6h35, agentes da PF chegaram ao condomínio em viaturas descaracterizadas e cumpriram o mandado. Bolsonaro foi conduzido à Superintendência da Polícia Federal, onde ficará custodiado em cela especial, localizada no térreo, com banheiro privativo, mesa de trabalho, cama e televisão.
A determinação de Moraes incluiu que a prisão fosse realizada sem algemas e sem exposição pública, em respeito à dignidade do ex-presidente.
Segundo a CNN Brasil, a decisão pela prisão preventiva estaria relacionada a dois pontos principais:
- Convocação de apoiadores para vigília em frente ao condomínio onde reside;
- Suspeita de tentativa de violar a tornozeleira eletrônica que Bolsonaro utiliza desde julho.
A prisão não é execução automática da pena de 27 anos e 3 meses imposta ao ex-presidente no julgamento sobre tentativa de golpe de Estado. O processo ainda aguarda recursos.
A sala onde Bolsonaro permanecerá é destinada a autoridades e fica isolada de outros detentos. Segundo informações da própria PF, trata-se de um espaço seguro e individual, evitando contato com presos comuns.
A prisão repercutiu imediatamente no cenário nacional e internacional. A medida deve intensificar o clima político já polarizado e tende a influenciar diretamente o ambiente pré-eleitoral de 2026. Aliados de Bolsonaro classificaram a decisão como “ilegal”, enquanto opositores destacaram a importância da responsabilização judicial.
O mandado de prisão preventiva será analisado e referendado pela Primeira Turma do STF, em sessão virtual marcada para segunda-feira (24). A defesa de Bolsonaro já anunciou que irá recorrer da decisão.
