A Polícia Civil de Mato Grosso prendeu, na manhã desta quinta-feira (5), o líder do tráfico em Mato Grosso responsável por movimentar mais de R$ 22 milhões com o comércio de drogas. A ação integra a 3ª fase da Operação Eclipse, que cumpre 68 ordens judiciais em diversas cidades do estado.
Coordenada pela Delegacia de Água Boa, a operação tem como foco a desarticulação financeira e estrutural de uma facção criminosa atuante em 43 cidades mato-grossenses. Entre os alvos estão o chefe do tráfico, sua esposa — que auxiliava na gestão criminosa — e um empresário de Rondonópolis que realizava a lavagem de dinheiro por meio de uma loja de roupas.
Nesta fase, os policiais cumprem:
- 5 mandados de prisão;
- 16 mandados de busca e apreensão;
- 16 ordens de sequestro de bens avaliados em R$ 1 milhão;
- 14 bloqueios bancários que somam até R$ 7 milhões.
As ações ocorrem nos municípios de Água Boa, Rondonópolis e Canarana.
Investigação revelou “tesoureiro” da facção
Segundo o delegado Matheus Soares Augusto, as investigações começaram em 2023 com foco no tráfico em Água Boa. Foi identificado que o principal investigado, apesar de comandar a operação local, nunca residiu na cidade — ele operava a partir de Rondonópolis, ocupando um cargo ainda mais alto na hierarquia da facção: o de “tesoureiro”.
Foram encontradas planilhas de prestação de contas feitas por traficantes de diferentes cidades, indicando que o suspeito centralizava o controle financeiro do grupo. A rede de tráfico alcançava municípios como Nova Xavantina, Confresa, Barra do Garças, Primavera do Leste, Alto Araguaia, São Félix do Araguaia, entre muitos outros.
Luxo e ostentação
Sem passagens anteriores pela polícia, o líder do grupo mantinha uma vida de alto padrão com imóveis de luxo, caminhonetes, chácara de lazer, viagens para resorts e gastos elevados com vestuário. A esposa também era envolvida na administração do tráfico e compartilhava do mesmo estilo de vida ostentador.
Foram presos:
- o líder do tráfico;
- sua esposa;
- um empresário de Rondonópolis envolvido na lavagem de dinheiro;
- e dois comparsas que atuavam na parte financeira da facção.
A Polícia Civil destaca que a prisão de membros estratégicos compromete diretamente a estrutura criminosa. “O objetivo é provocar danos logísticos e financeiros, atrasando o avanço da facção”, afirmou o delegado Matheus Augusto.