O governador Mauro Mendes (União Brasil) voltou a criticar a ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) e investiga uma tentativa de golpe de Estado no dia 8 de janeiro de 2023.
Mesmo sem conhecer os detalhes do processo, Mendes disse que não viu golpe nos atos daquele dia.
“Eu não vi golpe. Não vi tanque na rua, não vi tiro. Vi pessoas, inclusive idosos e crianças, com bandeiras, cantando o hino. Isso é manifestação, não golpe”, afirmou.
Governador critica penas e compara com outros crimes
Mendes reconheceu que os atos de 8 de janeiro envolveram vandalismo. Mas afirmou que as penas impostas pelo STF são exageradas.
“Pintou uma estátua, invadiu um prédio, vai pegar 15 anos? Tem gente que mata e pega 6 ou 8 anos”, disse.
Ele também comparou a situação com invasões de terra feitas pelo Movimento dos Sem Terra (MST).
“Alguém do MST está preso? Invadiram propriedades. Invadiram o Congresso? Se invadiram, têm que estar presos também. E não estão.”
Mendes acusa Justiça de usar “dois pesos e duas medidas”
Para o governador, há uma falta de equilíbrio nas decisões judiciais. Ele diz que o país vive um momento de confusão institucional.
“Respeito as autoridades. Mas vejo dois pesos e duas medidas. Isso não é bom para o futuro do Brasil”, afirmou.
O que diz a PGR sobre Bolsonaro
Na mesma data da fala de Mendes, a PGR (Procuradoria-Geral da República) apresentou suas alegações finais. O órgão pediu a condenação de Bolsonaro e de outros sete réus.
Eles são acusados de:
- Organização criminosa armada
- Tentativa de golpe de Estado
- Ato contra o Estado democrático de Direito
- Dano ao patrimônio público
- Deterioração de patrimônio tombado
Se condenado, Bolsonaro pode pegar mais de 40 anos de prisão.