A Polícia Federal cumpriu, nesta segunda-feira (4), um mandado de busca e apreensão na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília, após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Além da apreensão do celular, Moraes ordenou a prisão domiciliar do ex-mandatário, que continuará utilizando tornozeleira eletrônica e só poderá receber visitas de familiares próximos e advogados.
Na decisão, Moraes destacou que vídeos e áudios divulgados por Bolsonaro seriam uma tentativa de coação contra a Corte e de obstrução de investigações em andamento. Segundo o ministro, o ex-presidente teria adotado “conduta ilícita dissimulada”, produzindo materiais destinados a mobilizar apoiadores em manifestações e redes sociais.
O despacho também menciona uma chamada de vídeo entre Bolsonaro e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL), bem como a exclusão de uma publicação feita pelo senador Flávio Bolsonaro nas redes sociais, o que, de acordo com Moraes, indicaria tentativa de ocultar a infração. “Não há dúvidas de que houve o descumprimento da medida cautelar imposta a Jair Messias Bolsonaro”, afirmou.
Com a decisão, Bolsonaro permanece em prisão domiciliar enquanto a PF investiga se as publicações feitas por aliados configuram participação direta do ex-presidente em atos de afronta ao STF.