Preso por suspeita de obstrução de Justiça, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado afirmou em depoimento à Polícia Federal, prestado na manhã desta sexta-feira (13), que “nunca procurou qualquer consulado ou embaixada de Portugal ou de qualquer outro país” com o objetivo de obter passaporte para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
Segundo o depoimento, Machado declarou que o único contato que fez com o consulado português foi para tratar da renovação do passaporte de seu pai, Carlos Eduardo Machado, de 85 anos. Ele afirmou ainda que “há muito tempo” não tem contato com Mauro Cid, e que a última vez que os dois se encontraram foi no fim de 2022, após a derrota de Bolsonaro nas eleições presidenciais.
O ex-ministro relatou à PF que conversou por telefone com um homem identificado como Francisco, ex-cônsul de Portugal no Recife. Francisco, segundo Machado, teria o orientado a procurar Juliene, funcionária do vice-consulado. Foi ela quem viabilizou a emissão do documento de seu pai, que posteriormente compareceu pessoalmente à sede consular, acompanhado de um dos filhos.
Machado reforçou que não pediu, intermediou ou sequer discutiu qualquer solicitação de passaporte em nome de Mauro Cid. A prisão do ex-ministro integra nova fase das investigações da PF e da PGR sobre possíveis ações de aliados de Bolsonaro para atrapalhar as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.