A Polícia Federal, em parceria com autoridades da Irlanda, desferiu um golpe duro contra uma organização criminosa internacional envolvida no tráfico de mulheres para exploração sexual. Em Cuiabá, foi cumprido um mandado de busca e apreensão no curso da Operação Cassandra, ação que assusta pela crueldade e alcance global do esquema.
Batizada como Cassandra no Brasil e Operation Rhyolite na Irlanda a ofensiva ocorreu simultaneamente nos dois países, alinhada à Europol e ao Garda National Protective Services Bureau. No Brasil, 120 policiais federais e 7 servidores da Receita Federal atuaram em seis estados, cumprindo cinco mandados de prisão preventiva, 30 de busca e apreensão e impedindo saída do país a dezenas de suspeitos.
O grupo atuava desde 2017 e já identificou cerca de 70 mulheres vítimas de exploração sexual. O modus operandi era assustador: promessas de emprego ou estudo que se transformavam em armadilhas, com documentos falsificados e controle total sobre as vítimas.
Lucro e impunidade
Enquanto o horror acontecia, os criminosos embolsavam cerca de R$ 5 milhões por ano movendo até R$ 700 mil por mês com pagamentos online por serviços sexuais. O dinheiro era lavado por meio de empresas de fachada, investimentos em imóveis e criptoativos.
