O governo federal entregou ao Congresso o Projeto de Orçamento para 2026 cheio de promessas grandiosas mas com muitos especialistas apontando que há mais otimismo do que realidade nos números apresentados.
Salário mínimo com aumento tímido
A proposta prevê salário mínimo de R$ 1.631, apenas R$ 113 a mais que o atual, e ainda vendido como “aumento real”. A correção leva em conta o INPC mais 2,5% de crescimento, mas não convence diante da inflação que corrói o bolso da população.
Superávit ou maquiagem fiscal?
O governo fala em superávit de R$ 34,3 bilhões (0,25% do PIB) — seria o primeiro resultado positivo em 15 anos. Mas, para chegar nesse número, foram excluídos R$ 58 bilhões em despesas, o que na prática poderia virar um déficit de R$ 23,3 bilhões. Economistas chamam a manobra de “maquiagem contábil”.
Gastos bilionários e mais privilégios
- R$ 40,8 bilhões em emendas parlamentares para agradar aliados no Congresso.
- R$ 350 bilhões com pessoal, alta de 11% em relação a 2025.
- Bolsa Família sem reajuste, mantendo média de R$ 671, apesar da inflação.
Ou seja: mais dinheiro para a máquina pública, menos para quem mais precisa.
Crescimento otimista demais
O governo aposta em crescimento de 2,44% para 2026, inflação de 3,6% e juros médios de 13,1% ao ano. Analistas do mercado já classificam as previsões como superestimadas, uma aposta arriscada em ano eleitoral.
Cortes e novas cobranças
Para bancar a conta, o Orçamento prevê cortar R$ 19,7 bilhões em benefícios fiscais e aumentar a arrecadação em cima de investimentos, jogos e até dívidas renegociadas. Na prática, pode sobrar para a classe média e para os pequenos empresários.