Ao menos 12 instituições internacionais assinaram documento que alerta para os altos índices de desnutrição no enclave palestino devastado pela guerra
Chefes de 12 organizações humanitárias internacionais, incluindo o Conselho Norueguês para Refugiados, Oxfam, Save the Children, CARE e Ajuda Médica para Palestinos, fizeram um apelo para que Israel ponha fim ao bloqueio à Faixa de Gaza, que já dura mais de seis semanas. A restrição à entrada de alimentos, medicamentos e outros bens essenciais agravou a situação humanitária da região, especialmente entre as crianças, que enfrentam altos índices de desnutrição.
De acordo com a ONU, as crianças em Gaza estão sofrendo gravemente com a falta de alimentos adequados. A maioria delas está se alimentando apenas uma vez por dia.
Amande Bazerolle, coordenadora de emergência em Gaza para os Médicos Sem Fronteiras, destacou a gravidade da situação: “Os humanitários são forçados a assistir pessoas sofrerem e morrerem enquanto enfrentam as mesmas condições ameaçadoras à vida”, e acrescentou que “isso não é um fracasso humanitário – é uma escolha política, e um ataque deliberado à capacidade de sobrevivência de um povo, realizado com impunidade.”
Desde o início do bloqueio, em 2 de março, nenhum alimento, combustível ou remédio entrou em Gaza. Israel retomou seus ataques ao enclave devastado pela guerra em 18 de março, quebrando o cessar-fogo costurado por EUA, Catar e Egito. Tel Aviv alega que o objetivo é pressionar o Hamas a liberar reféns israelenses.
O escritório humanitário da ONU, conhecido como OCHA, disse que quase toda a população de Gaza, com mais de 2 milhões de pessoas, agora depende de cozinhas de caridade, que só conseguem preparar 1 milhão de refeições por dia. As refeições consistem principalmente de arroz ou massa, sem legumes frescos ou carne.
“Crianças estão comendo menos de uma refeição por dia e lutando para encontrar sua próxima refeição”, disse Bushra Khalil, chefe de políticas da Oxfam. “Todos estão comendo apenas alimentos enlatados. A desnutrição e focos de fome estão definitivamente ocorrendo em Gaza.”
Em março, mais de 3.600 crianças foram admitidas para tratamento de desnutrição aguda, um aumento em relação a cerca de 2.000 no mês anterior, de acordo com a OCHA, que afirmou que “a rápida deterioração da situação nutricional já é visível.”
FONTE: SBT NEWS