O policial militar Ricker Maximiano de Moraes, de 33 anos, acusado de assassinar a esposa Gabrieli Daniel de Moraes, foi condenado nesta terça-feira (8) a 12 anos e 10 meses de prisão em regime fechado por um crime de tentativa de homicídio cometido em 2018, em Cuiabá (MT).
A condenação foi decidida pelo Tribunal do Júri, que reconheceu a culpa do réu por atirar nas costas de um adolescente menor de idade, sem chance de defesa e por motivo fútil.
De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), o crime ocorreu em junho de 2018, na Avenida General Melo, na capital. A vítima caminhava com outros dois adolescentes quando presenciou uma discussão entre o PM e sua então namorada.
O policial teria se irritado com os adolescentes e dito: “O que vocês estão rindo? Vaza, vaza!”. Em seguida, levantou a camisa, sacou uma arma e começou a persegui-los a pé. Após alguns metros, ao ver que o PM havia parado, um dos adolescentes também parou — momento em que foi baleado pelas costas.
A vítima precisou passar por uma cirurgia para retirada do projétil, mas sobreviveu. Ainda segundo o MP, Ricker tentou alegar que se tratava de uma tentativa de assalto, o que foi desmentido pelas investigações.
Um detalhe que chama atenção no processo é que Gabrieli Daniel de Moraes, esposa do réu executada por ele em 2024, seria testemunha de defesa nesse caso de tentativa de homicídio. O assassinato dela ocorreu recentemente, no final da tarde de um domingo, na residência do casal em Cuiabá.
Segundo testemunhas, Ricker chegou em casa, atirou em Gabrieli e fugiu em um carro modelo Fox. Ela morreu no local. O crime causou revolta entre vizinhos e gerou grande comoção.
O Ministério Público já apresentou denúncia contra Ricker por feminicídio qualificado e pediu sua exclusão definitiva da Polícia Militar.
Com a nova condenação, o policial militar acumula penas por dois crimes graves — um de tentativa de homicídio e outro por assassinato da esposa, cujos desdobramentos judiciais ainda estão em curso.