Ministros se irritam com decisão que gerou críticas à Corte, após semanas de prestígio internacional. Clima é de tensão, e revisão do caso não está descartada.
A recente decisão de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, causou incômodo entre outros integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e acendeu um alerta nos bastidores da Corte. A medida, considerada drástica por parte dos magistrados, provocou desgaste à imagem do STF, que vinha sendo elogiado pela firmeza institucional, inclusive no cenário internacional, após críticas ao ex-presidente norte-americano Donald Trump.
Segundo fontes próximas ao Supremo, a repercussão negativa da prisão aumentou a tensão entre os ministros, que passaram a ser alvo de críticas por parte de setores da sociedade, analistas jurídicos e até aliados do Judiciário. O temor é que a decisão de Moraes possa ser interpretada como politicamente motivada, enfraquecendo a legitimidade da Corte em um momento sensível.
Nos bastidores, cresce a expectativa de que o ministro Alexandre de Moraes possa reconsiderar a ordem de prisão ou modular seus efeitos nas próximas semanas, diante do isolamento político e jurídico que passou a enfrentar dentro do próprio STF.
Apesar disso, ainda não há um movimento formal para revisão da decisão, mas fontes ouvidas reservadamente apontam que o clima entre os ministros é de desconforto. Alguns deles defendem cautela e reforçam que medidas de grande impacto devem passar por maior consenso interno.
A defesa de Bolsonaro, por sua vez, já articula estratégias para reverter a prisão e trabalha com a possibilidade de que o próprio Supremo reveja a medida em breve.