Cuiabá e Várzea Grande estão prestes a viver um novo episódio da polêmica saga do transporte coletivo. O governo estadual acaba de abrir uma licitação no valor de R$ 68,8 milhões para a construção das estações do BRT (Bus Rapid Transit), sistema que promete revolucionar a mobilidade urbana, mas que já nasce cercado de cobranças e desconfianças.
De acordo com o edital publicado pela Sinfra-MT, serão erguidas 41 estações climatizadas em aço e 36 abrigos laterais ao longo da rota que liga Várzea Grande à Estação do CPA, em Cuiabá. As novas paradas prometem oferecer monitoramento, cobrança eletrônica e informações em tempo real aos passageiros.
A licitação também prevê a reforma da estação ao lado do Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, abandonada desde o fracasso do antigo VLT. O formato da concorrência será por menor preço, mas com um valor de referência de quase R$ 70 milhões.
Essa é apenas a segunda fase do projeto BRT. O primeiro lote, que inclui obras de infraestrutura no trecho VG–CPA, já está sob responsabilidade do Consórcio Integra BRT, contratado por mais de R$ 155 milhões. Outros trechos, como o do Coxipó, os terminais e o sistema de sinalização, ainda serão licitados separadamente.
Polêmica no ar
Apesar do investimento bilionário em mobilidade urbana ao longo dos anos, a população mantém a desconfiança: será que, desta vez, o transporte vai sair do papel e realmente funcionar? Ou o BRT seguirá o mesmo caminho de atrasos, obras paradas e promessas não cumpridas, como aconteceu com o VLT?
O governo assegura que o projeto está avançando em etapas e que, em breve, a região metropolitana de Cuiabá terá um transporte público moderno, rápido e eficiente.
Enquanto isso, a licitação segue aberta e a população observa entre a esperança de ver o transporte público transformado e a dúvida se essa será apenas mais uma promessa.