Enquanto Lula enfrenta rejeição recorde na capital paranaense, governador Ratinho Júnior e prefeito Eduardo Pimentel surfam em alta aprovação popular
A avaliação do governo Luiz Inácio Lula da Silva sofreu um forte revés em Curitiba. De acordo com levantamento do Instituto Paraná Pesquisas divulgado nesta segunda-feira (14), 67,4% dos eleitores da capital paranaense desaprovam a gestão petista o pior índice já registrado na cidade.
Em comparação com a última sondagem feita pelo instituto, em setembro de 2024, a desaprovação cresceu 7,8 pontos percentuais. Na ocasião, o índice de reprovação estava em 59,6%. A aprovação caiu de 36,8% para 29,3% no mesmo período.
A avaliação qualitativa também mostra forte desgaste: 46,9% consideram o governo Lula “péssimo”, o maior percentual registrado até agora. Outros 9,8% classificam como “ruim”, totalizando 56,7% de percepção negativa. Apenas 18,5% enxergam a gestão como “boa” (13,2%) ou “ótima” (5,3%). Para 22,5%, o governo é apenas regular.
A pesquisa ouviu 810 eleitores entre os dias 6 e 9 de abril, com margem de erro de 3,5 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
Em contraste com o desempenho de Lula, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), segue em alta: 80,2% dos curitibanos aprovam sua gestão. Apenas 16,8% desaprovam. A administração estadual é considerada “ótima” por 28,5% e “boa” por 38,1%. Apenas 10% classificam como “ruim” (4,3%) ou “péssima” (5,7%).
Já o prefeito Eduardo Pimentel (PSD), que assumiu o cargo em janeiro, estreia com expressivos 81% de aprovação e apenas 14,7% de reprovação. Sua gestão é considerada “ótima” ou “boa” por 63,1% dos eleitores. Para 26,2%, é regular, e apenas 8,8% consideram o governo ruim ou péssimo.
Os dados reforçam a distância entre o eleitorado curitibano e o governo federal, acentuada por uma conjuntura econômica adversa e por um histórico político que tradicionalmente impõe resistência ao PT na região Sul. A popularidade do governador e do prefeito, ambos do PSD, sinaliza ainda o fortalecimento do campo conservador em Curitiba, que deve pesar nas articulações para as eleições municipais e estaduais.
Em um cenário onde a inflação pressiona o consumo e a confiança na economia patina, o desgaste do governo Lula em praças estratégicas como Curitiba pode acender alertas no Palácio do Planalto não apenas sobre gestão, mas sobre capital político real para 2026.
FONTE: HORA BRASILIA