Sandro Torres Amante teria levado quilos de picanha, contrafilé e alcatra; defesa alega inocência
O secretário de Segurança Urbana, Mobilidade e Defesa Civil de Ribeirão Pires (SP), Sandro Torres Amante, pediu desligamento do cargo nesta quarta-feira (23). A informação foi confirmada pela Prefeitura, em comunicado oficial. Ele havia sido condenado a 2 anos e 11 meses de prisão por furto qualificado em açougues na última semana.
O pedido de demissão foi protocolado nesta quinta-feira (24). Em sua carta de desligamento, Torres alega inocência e afirma que a decisão foi tomada para preservar o trabalho da Guarda Municipal. Veja:
“Excelentíssimo senhor prefeito,
Apresento formalmente nesta data, 23 de abril de 2025, pedido de desligamento do cargo de secretário de Segurança Urbana, Mobilidade e Defesa Civil da Prefeitura de Ribeirão Pires, confiante do trabalho e contribuições que realizei neste período de pouco mais de um ano à frente da Pasta.
Reafirmo minha inocência em processo que segue em andamento na Justiça, e que terá minha defesa apresentada e sustentada. Peço desligamento do cargo para preservar, especialmente, o trabalho da Guarda Municipal até que minha inocência seja ratificada pela Justiça. – Sandro Torres”, diz a carta.
A Prefeitura de Ribeirão Pires informou que “com o desligamento do secretário, a Pasta estará sob o comando de Arlei Capoccio, Guarda Civil Municipal de carreira, graduado em direito, com experiência na área cível. Entre outras atividades, Capoccio atuou na Corregedoria da GCM de Ribeirão Pires”.
Furto em açougues
Segundo denúncia do Ministério Público, Sandro Torres Amante, o guarda municipal Gutembergue Martins Silva e o ajudante geral Marcelo Cruz Dallavali atuaram com outros indivíduos não identificados para desviar a atenção da Guarda Municipal e facilitar furtos a dois açougues no centro da cidade. À época, Sandro era subcomandante da Guarda Civil Municipal de Ribeirão Pires e Gutembergue, inspetor-chefe da corporação. O caso aconteceu em 18 de junho de 2018.
Do primeiro açougue, foram levados 15 kg de picanha, 10 kg de contrafilé black, 12 kg de alcatra, R$ 8 mil em espécie e um cofre. Do segundo, foram 20 kg de carne bovina e R$ 20 mil em espécie, além de cheques, câmeras de vigilância e roteadores. Acredita-se que os crimes tenham sido planejados, uma vez que as ações do trio demonstram “organização”.
“Gutembergue e Sandro se conluiaram a Marcelo e outros indivíduos, em clara divisão de tarefas, tendo o primeiro ido até a central de monitoramento da cidade, fora de seu horário de trabalho, onde mexeu na posição de algumas câmeras, certificando-se de que elas não registrariam a ação dos comparsas e de que o guarda responsável pelo trabalho nada perceberia”, diz a denúncia.
A defesa dos condenados alegou inocência sobre o crime.
FONTE: SBT NEWS