O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu dar um novo significado à palavra “absurdo” ao justificar a tentativa de intimação do ex-presidente Jair Bolsonaro diretamente na UTI do Hospital DF Star, onde ele se recupera de uma cirurgia abdominal. Segundo a Corte, o fato de Bolsonaro ter aparecido em uma live na véspera, andando pelo hospital, prova que ele estaria “apto a ser citado”.
Sim, você leu certo: uma transmissão ao vivo, com Bolsonaro dizendo “olá, estou me recuperando”, virou base jurídica para o envio de um oficial de Justiça ao seu leito hospitalar. Nada como transformar um vídeo mal iluminado em critério legal.
A intimação se refere ao processo por tentativa de golpe de Estado, no qual Bolsonaro é réu como integrante do chamado núcleo 1 grupo formado por militares e civis acusados de tentar impedir a posse de Lula em 2023. O STF alegou que já citou todos os réus do núcleo e que só aguardava uma “data adequada” para intimar o ex-presidente. Aparentemente, essa data era “logo depois da lavagem de glicerina”.
A reação no entorno de Bolsonaro foi imediata. Aliados classificaram o ato como desrespeitoso e até sádico, destacando que o ex-presidente está sob monitoramento clínico, com visitas restritas e quadro pós-operatório delicado. Para eles, a Corte confundiu “live de recuperação” com “declaração de plena saúde física e jurídica”.
Ainda assim, o STF insistiu que a aparição pública “demonstrou possibilidade de ser citado”. Fica aí a lição: se você está internado, mas tem Wi-Fi e um celular na mão, parabéns a Justiça já considera que você está em condições legais de ser notificado. Camisola hospitalar? Sonda abdominal? Detalhes irrelevantes. O que importa é que você apertou “iniciar transmissão”.
FONTE: HORA BRASILIA
