STF retoma nesta quinta (27) julgamento sobre revistas íntimas em presídios

Sede do Supremo Tribunal Federal | Divulgação/Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Ministros decidem sobre constitucionalidade da revista vexatória em visitantes de presídios, com placar parcial de 2 a 1 pela proibição

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quinta-feira (27), às 14h, julgamento sobre a legalidade da revista íntima em presídios. A análise do Agravo em Recurso Extraordinário (ARE) 959.620 gira em torno da violação, ou não, dos princípios da dignidade humana e da intimidade. Até agora, o placar está em 2 a 1 pela proibição.

Em outubro de 2024, o plenário virtual formou maioria contra a revista íntima, mas um pedido de destaque do ministro Alexandre de Moraes levou o caso ao plenário físico, reiniciando a discussão. Em fevereiro de 2025, a votação foi retomada, mas o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, retirou o tema de pauta, recolocando-o para julgamento no fim de março.

Entenda argumentos de quem já votou

O relator do caso, ministro Edson Fachin, é contra a realização de revistas íntimas com “desnudamento ou inspeção de cavidades corporais“. Para Fachin, as provas obtidas dessa forma devem ser consideradas ilícitas. Ele defende a substituição das revistas vexatórias por métodos eletrônicos, como scanners corporais e detectores de metais. O relator sugeriu um prazo de dois anos para a instalação desses equipamentos em todas as unidades prisionais.

Por outro lado, Moraes abriu divergência ao defender a manutenção da revista íntima em casos excepcionais. Ele argumenta que a prática é necessária diante do alto número de apreensões de objetos proibidos em presídios. Segundo Moraes, em um período de dois anos, houve 625 mil apreensões em um universo de 494.571 visitantes.

A ministra Rosa Weber, já aposentada, havia votado contra a revista íntima no plenário virtual, e seu voto permanece válido. Seu sucessor, o ministro Flávio Dino, não participa do julgamento.

No plenário virtual, Fachin foi acompanhado pelos ministros Luís Roberto BarrosoGilmar MendesCármen Lúcia Cristiano Zanin, enquanto Moraes teve apoio de Nunes MarquesDias Toffoli André Mendonça. Esses ministros ainda não se manifestaram novamente e podem alterar seus votos.

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