A Câmara Municipal de Pedra Preta decidiu cassar, por 8 votos a 2, o mandato do vereador Gilson José de Souza (União Brasil), conhecido como Gilson da Agricultura, após ele ofender a prefeita Iraci Ferreira de Souza com o termo “cachorra viciada” durante sessão plenária realizada em agosto deste ano. A decisão foi tomada em sessão extraordinária nesta quarta-feira (3).
A denúncia contra o parlamentar resultou na abertura de uma Comissão Processante, que analisou o caso com base no Decreto-Lei 201/1967, que trata das infrações político-administrativas de agentes públicos. O relatório final apontou que Gilson praticou quebra de decoro parlamentar, configurando conduta incompatível com a ética político-institucional.
Segundo o documento, a fala ofensiva atingiu não apenas a prefeita, mas também a dignidade do cargo público exercido pelo vereador e a imagem da Câmara Municipal.
Durante sua defesa no plenário, Gilson admitiu ter usado “palavras infelizes” e pediu desculpas à prefeita e à comunidade. Ele afirmou que não teve intenção pessoal de atacá-la e que sua fala teria sido motivada por críticas ao cenário político. A manifestação, porém, não convenceu a maioria dos vereadores.
A Mesa Diretora reforçou que manifestações misóginas e agressões verbais não podem ser toleradas, sob risco de comprometer a credibilidade da instituição.
Com a cassação, o suplente Ronaldo Pereira dos Santos (União Brasil) deve assumir a cadeira na Câmara. A transição deve ocorrer após a formalização do ato e publicação no Diário Oficial do município.
A cassação ganhou repercussão estadual por envolver ofensa considerada misógina. Entidades ligadas à defesa dos direitos das mulheres destacaram a decisão como avanço no combate à violência política de gênero e na responsabilização de agentes públicos por condutas ofensivas.







